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Audiência pública no TST reacende debate sobre horas extras de motoristas comissionados

Audiência pública no TST reacende debate sobre horas extras de motoristas comissionados

Tribunal Superior do Trabalho convoca audiência pública para discutir se a remuneração por comissão inclui ou não o pagamento de horas extras no transporte rodoviário de cargas

Um tema que há anos divide opiniões entre empresas, sindicatos e motoristas autônomos volta ao centro das atenções do transporte rodoviário de cargas: o pagamento de horas extras para motoristas que recebem por comissão. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) marcou uma audiência pública para o dia 4 de novembro, em Brasília, para discutir a legalidade e a forma de cálculo dessas horas, em um debate que promete impacto direto em todo o setor logístico brasileiro.

A audiência foi convocada pelo ministro Cláudio Brandão, relator do processo, classificado como recurso repetitivo, ou seja, uma decisão que servirá de base para todos os casos semelhantes no país. A expectativa é que o julgamento estabeleça um entendimento definitivo sobre o tema, que hoje gera centenas de ações trabalhistas em diferentes instâncias da Justiça.
 

Um tema que divide o setor

A grande questão discutida é: “Quando o motorista de caminhão é remunerado por comissões incidentes sobre o valor do frete ou da carga transportada, as horas extras por ele cumpridas devem ser calculadas com base na Súmula nº 340 do TST?”

A Súmula 340, que orienta o cálculo de horas extras para empregados comissionistas, é amplamente aplicada no comércio e em outros segmentos, mas sua aplicação ao transporte de cargas tem gerado controvérsia. Isso porque a rotina dos caminhoneiros envolve jornadas longas, variáveis e, muitas vezes, difíceis de controlar com precisão — o que torna o tema ainda mais complexo.

O TST quer ouvir especialistas, sindicatos, empresas e representantes do setor antes de definir o posicionamento oficial. A audiência será realizada no edifício-sede do Tribunal, em Brasília, a partir das 9h, e faz parte do esforço da Corte para ampliar o diálogo com a sociedade e garantir decisões mais alinhadas à realidade do setor.

Impacto direto nas transportadoras e motoristas

O resultado desse debate pode alterar profundamente a forma como as transportadoras remuneram seus condutores. Hoje, muitos motoristas são pagos por comissão sobre o valor do frete, prática comum em empresas que operam com frota própria e em transportadores autônomos vinculados a plataformas logísticas. A dúvida é se esse pagamento já contempla a compensação pelas horas extras ou se essas horas devem ser pagas à parte — o que implicaria novos custos trabalhistas e mudanças nas folhas de pagamento.
 

O que está em jogo

Na prática, o TST irá decidir se o modelo atual de remuneração por comissão é suficiente para cobrir as horas adicionais de trabalho. Caso a Corte entenda que não, empresas poderão ser obrigadas a revisar contratos e pagar diferenças retroativas a motoristas, abrindo margem para ações trabalhistas milionárias. Por outro lado, se o Tribunal entender que a comissão já contempla as horas extras, a decisão trará segurança jurídica para as empresas e pode reduzir o número de processos no setor.
 

Audiência pública e participação

A realização da audiência segue o previsto no artigo 983, §1º do Código de Processo Civil, que permite a convocação de especialistas em temas de grande impacto nacional.A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP) acompanham o tema com atenção, já que a decisão final poderá afetar milhares de contratos e alterar estruturas salariais de frotas em todo o país. Para o setor, o maior desafio está em equilibrar a valorização do motorista com a sustentabilidade financeira das operações, num contexto em que os custos com combustível, manutenção e pedágios já estão em alta.

O ponto de vista dos motoristas

Do lado dos condutores, há uma expectativa de maior transparência e valorização da jornada real de trabalho. Muitos relatam que o pagamento por comissão não reflete as longas horas na estrada, especialmente em trechos congestionados ou sob condições climáticas adversas: “Há casos em que o motorista passa mais de 14 horas no trecho e recebe o mesmo valor fixo por viagem. Isso precisa ser revisto”, comenta um representante sindical ouvido pelo Planeta Caminhão.
 

A visão das empresas

Transportadoras argumentam que o modelo comissionado é mais eficiente e proporcional à produtividade, além de já embutir a remuneração por tempo extra. Para o setor patronal, a obrigatoriedade de pagar horas adicionais separadamente pode gerar efeito cascata nos custos operacionais, com impacto direto nos preços dos fretes e na competitividade das empresas.

A audiência do TST também simboliza um debate maior: o futuro das relações de trabalho no transporte rodoviário. Com o avanço da digitalização e dos sistemas de telemetria, há novas formas de medir o tempo efetivo de trabalho e descanso, o que pode servir de base para futuras regulamentações mais precisas.

Além disso, o tema reforça a importância de modernizar a legislação trabalhista para acompanhar a realidade do setor, onde o desempenho do motorista depende tanto de fatores humanos quanto de condições externas — tráfego, manutenção, carga e descarga, entre outros.
 

O que vem a seguir?

Após a audiência pública, o processo seguirá para análise e julgamento pelo colegiado do TST. A decisão final terá efeito vinculante, ou seja, deverá ser aplicada por todos os tribunais regionais em casos semelhantes, garantindo uniformidade no entendimento jurídico. Independentemente do resultado, o julgamento promete se tornar um marco regulatório nas relações trabalhistas do transporte rodoviário de cargas no Brasil — um setor que representa mais de 60% da matriz de transporte nacional e emprega milhares de motoristas profissionais em todo o país.



 

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