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Apagão de caminhoneiros: como a escassez de profissionais pode ameaçar o crescimento do transporte agrícola

Apagão de caminhoneiros: como a escassez de profissionais pode ameaçar o crescimento do transporte agrícola

País segue batendo recordes na produção de grãos, mas perdeu cerca de 200 mil motoristas de caminhão nos últimos quatro anos, segundo levantamento da Grão Direto; Problema pode ser mais prejudicial que infraestrutura precária

Enquanto o campo avança com tecnologia e produtividade, o transporte luta para encontrar quem leve a produção até os mercados consumidores e terminais de exportação. Os números preocupam: 71% dos motoristas de carga no Brasil têm mais de 50 anos, e apenas 4% estão abaixo dos 30, mostrando um envelhecimento acelerado da categoria.

A combinação entre aposentadorias, baixo interesse dos jovens e condições de trabalho desafiadoras ameaça a logística de um setor que depende quase totalmente das rodovias: 96% da carga agrícola é transportada por caminhões. Durante décadas, o debate sobre os gargalos do agro girou em torno da infraestrutura. Mas, hoje, a falta de mão de obra virou o novo ponto crítico da operação logística.

De acordo com especialistas, o país já possui capacidade portuária e de armazenagem para escoar a produção atual. O problema está no meio do caminho, literalmente. “Podemos ter combustível, estrada e carga, mas sem motorista não há frete”, resume Júlio César Lopes, gerente de inteligência de mercado da GoFlux.

O impacto é direto no escoamento de grãos e insumos. Nos picos de safra, especialmente entre fevereiro e maio, transportadoras enfrentam dificuldades para encontrar motoristas disponíveis, elevando os custos de frete e provocando atrasos nas entregas. Em algumas regiões do Centro-Oeste, o preço do frete chegou a subir até 30% em períodos de alta demanda, segundo dados do setor.

Outro ponto que agrava o cenário é o modelo de trabalho. Muitos caminhoneiros autônomos deixam a profissão devido à baixa rentabilidade, jornadas longas e falta de estrutura nas rodovias. A nova geração, por sua vez, tem pouca disposição para encarar uma rotina de 15 dias longe de casa, dormindo em cabines ou pátios de postos. “A profissão perdeu o prestígio que tinha nos anos 1990 e 2000. Hoje, a tecnologia atrai os jovens; o volante, nem tanto”, avalia um executivo de transportadora ouvido pelo Planeta Caminhão.

O envelhecimento da frota de profissionais também impacta a segurança e a produtividade. Motoristas mais experientes garantem conhecimento e técnica, mas o cansaço e as condições adversas das estradas aumentam o risco de acidentes e afastamentos médicos. A renovação, portanto, é urgente: não apenas por uma questão operacional, mas também social e econômica.

Em paralelo, o país enfrenta outro desafio: a pulverização das transportadoras. Segundo a CNT (Confederação Nacional do Transporte), mais de 70% das empresas do setor têm menos de cinco funcionários, o que dificulta investimentos em capacitação, gestão e qualidade de vida dos profissionais. “O frete se tornou uma disputa de sobrevivência. Pequenas empresas operam no limite e têm dificuldade de competir com grandes frotas mais estruturadas”, explica Clayton Howlett, da Grão Direto.

A tabela mínima de frete, recentemente reforçada pela fiscalização eletrônica da ANTT, busca proteger o caminhoneiro de valores abusivos. No entanto, especialistas alertam que o problema vai além do preço. É preciso criar condições estruturais para atrair novos profissionais: remuneração compatível, infraestrutura adequada nas estradas e programas de formação contínua.

Projetos de capacitação, como o Super Motoristas, do Grupo Planeta Caminhão, e iniciativas de escolas e transportadoras em parceria com o Sest Senat, tentam preencher parte dessa lacuna. Mas o ritmo ainda é lento frente à crescente demanda. Estima-se que o Brasil precisará de pelo menos 150 mil novos motoristas profissionais até 2030 para atender o crescimento do transporte de cargas.

A solução passa, também, pela diversificação dos modais. Reduzir o peso do transporte rodoviário em longas distâncias, ampliando o uso de ferrovias e hidrovias — é uma estratégia apontada por especialistas como essencial para equilibrar custos e aliviar a pressão sobre as estradas. Mas, mesmo com essas alternativas, o caminhão seguirá sendo o elo central da cadeia logística brasileira.

No fim das contas, o futuro do agro passa pelas mãos de quem guia o país. A escassez de motoristas não é apenas um problema de transporte, é uma questão de segurança alimentar e competitividade nacional. E você, acredita que a profissão de caminhoneiro ainda é atrativa para as novas gerações? Deixe sua opinião nos comentários e participe do debate , o transporte de amanhã depende das escolhas que fazemos hoje.



 

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