Com motores, inversores e baterias de fabricação própria, empresa lidera a transição energética do transporte público

A mobilidade elétrica no Brasil está ganhando cada vez mais identidade própria, com diversas empresas desenvolvendo soluções para esse mercado, atuando em diferentes áreas do transporte, mas em especial no transporte coletivo de passageiros em grandes cidades, que seguem investindo na eletrificação e apostando em novas tecnologias para manter o transporte público sempre funcionando.

Boa parte desse avanço passa por empresas como a WEG, que decidiu fazer mais do que fornecer componentes: assumiu todas as etapas da produção de ônibus elétricos, desenvolvendo desde o cobre que forma os fios até o motor que move as rodas. Ou seja, a empresa atua de ponta a ponta, e integrou sua cadeia produtiva, reduzindo a dependência de fornecedores.

Com isso, a empresa coloca em prática a estratégia que busca posicionar a marca como uma das mais importantes nessa nova fase da eletrificação do transporte coletivo brasileiro. Em 2024, a WEG participou do projeto dos 50 novos ônibus elétricos da Prefeitura de São Paulo, responsável pelo Powertrain completo: motores, inversores, sistemas auxiliares, e também pelos packs de baterias de lítio que alimentam os veículos.


eMillennium da Caio é uma carroceria desenvolvida com tecnologia nacional exclusivamente para chassis movidos à propulsão elétrica por bateria - Foto: Divulgação

Fabricadas com tecnologia própria, as baterias contam com sistema de gerenciamento eletrônico (BMS) e refrigeração líquida, garantindo segurança e durabilidade, fatores essenciais para o transporte coletivo. O conjunto é totalmente nacional e de uma parceria com Caio (carroceria eMillennium) e Eletra (sistema de eletrificação e-Bus), montados sobre chassis Mercedes-Benz e Scania, todos de fabricação nacional. O resultado é um ônibus elétrico 100% brasileiro, algo inédito em escala no país.

Esses ônibus elétricos chegam em versões Básico e Padron, com capacidade para 70 e 93 passageiros, respectivamente, e já representam um marco: são 100% brasileiros, do design à propulsão. Para a WEG, isso não é apenas um avanço tecnológico, mas uma reafirmação do potencial da indústria nacional. “Ao unir inovação, sustentabilidade e descarbonização, fortalecemos a cadeia produtiva e impulsionamos a competitividade do Brasil na mobilidade elétrica”, destacou Carlos Bastos Grillo, diretor superintendente da WEG Digital e Sistemas.

O diferencial está na integração completa da cadeia produtiva. A WEG produz internamente fios, motores, controladores e baterias, uma verticalização que garante independência tecnológica e permite ajustar cada veículo conforme o perfil da rota. Isso significa que a autonomia, o desempenho e o consumo energético dos ônibus podem ser configurados sob medida, de acordo com o relevo, a distância e as condições de operação de cada cidade.


Trólebus qu circulam em São Paulo desde 2012 utilizam sistemas de tração WEG. Foto: WEG

Além de potência e eficiência, o foco está na inteligência operacional. Os sistemas da WEG são projetados para dialogar com plataformas de gestão, oferecendo dados em tempo real sobre desempenho, consumo e estado das baterias, tecnologia essencial para operadores de transporte urbano que buscam reduzir custos e ampliar a vida útil da frota.

Com o avanço do mercado de mobilidade elétrica, a empresa também vem ampliando sua estrutura produtiva. Em 2022, investiu R$ 660 milhões na construção de uma fábrica dedicada à produção de motores elétricos de tração. No ano seguinte, destinou R$ 100 milhões para uma nova unidade voltada à fabricação de packs de baterias de lítio, ampliando sua capacidade de atender tanto o setor de ônibus quanto o de caminhões elétricos.

Essa expansão posiciona a WEG como um pilar da descarbonização brasileira, conectando inovação, sustentabilidade e indústria nacional. Sua presença em 18 países e seus 66 parques fabris reforçam o alcance global da marca, que mantém o compromisso de desenvolver tecnologias limpas e adaptadas à realidade de cada mercado.

Mais do que fornecer motores e baterias, a WEG está redefinindo o conceito de transporte urbano elétrico, provando que o Brasil pode ser protagonista em soluções tecnológicas de ponta. A eletrificação das frotas não é apenas uma tendência global, é uma oportunidade de reposicionar o país no mapa da inovação.


A Eletra montadora utiliza chassis elétricos fabricados pela Mercedes-Benz e Scania, com sistema de tração fornecido pela WEG - Foto: InfoMoney
 

Fábrica da WEG em Jaraguá do Sul: empresa integra toda a cadeia produtiva - FOTO: WEG
 

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