O Scania 112 foi a segunda geração de caminhões Scania, que estreou no Brasil em 1981 e ficou em cena até 1991, quando foi substituído pela terceira geração. Ao longo dos 10 anos que esteve em linha, o 112 recebeu diversas inovações tecnológicas, inéditas para a época, como o Intercooler, e também séries especiais, como a Jubileu, em comemoração aos 100 anos da Scania.
O 112 podia ser adquirido em dois modelos: o bicudo T e o cara-chata R, ambos desenhados pelo estúdio italiano Giugiaro, famoso pelo design de carros esportivos, com cabine simples ou leito. O T chegou em três versões: 112M, 112H e 112E, com opções de tração 4x2, 6x2 e 6x4, este último exclusivamente na 112E. Já o R tinha apenas uma versão, o R112. O novo cara-chata era uma evolução do modelo LK, enquanto o T sucedia os já consagrados L111, famosos ‘jacaré’.
O 112 contava com o mesmo motor da geração anterior, L111; um seis cilindros em linha de 11 litros, o DS 11, que podia ser aspirado, com 203 cv de potência a 2200 rpm e torque máximo de 77 kgfm a 1200 rpm, ou turbo, com 296 cv de potência a 2200 rpm e torque máximo de 111 kgfm a 1400 rpm. O turbo se diferenciava com a inscrição S na grade dianteira. O motor turbo foi atualizado alguns meses depois, quando a Scania lançou o R112, com melhorias na bomba injetora. Com a nova calibração, passou a contar com potência máxima de 305 cv a 2000 rpm e torque máximo de 126 kgfm a 1300 rpm. Essas melhorias foram estendidas ao T112.
O bloco e cabeçote desses motores eram de ferro, com comando de válvulas no bloco acionado por varetas, bomba injetora de atuação direta e mecânica. O diâmetro era de 127 mm e o curso de 145 mm. No aspirado, a taxa de compressão era de 16:1 e 15:1 no turbo.
Acoplado ao motor, duas opções de câmbio: 5 marchas e 10 marchas. A suspensão era eixo rígido com feixe de molas nos dois eixos, os freios a tambor nas quatro rodas e tinha dois tanques de combustível de 385 litros.
Os Scania 112 passaram também a contar com a possibilidade de personalização da cor do caminhão, conforme o interesse do comprador, como branco, azul, amarelo e o famoso laranja. Até então, apenas a cor laranja estava disponível.
As faixas vermelhas laterais também foram criadas nessa época. A princípio foram feitas para adornar um lote de Scania 112 entregues para a fabricante de sucos Cutralle, de São Paulo. A moda pegou e virou tradição, que perdurou até os anos 2000.
Curiosidade: Assim como os veículos da Volvo, as cabines dos Scania 112 eram produzidos pela Brasinca.
Tecnologias
O Scania 112 foi o primeiro caminhão do Brasil a adotar o intercooler, em 1983. Com isso, o motor seis cilindros em linha 11 litros turbo passou a gerar 142 kgmf a 1250 rpm e 333 cv a 2000 rpm, com a mesma taxa de compressão de 15:1. Os modelos com essa tecnologia foram identificados com a inscrição ‘Intercooler’ na grade dianteira. A novidade chegou às estradas em 1984.
Ainda em 1983, a Scania apresenta o T 112E 6x2 a álcool, um treminhão canavieiro que foi amplamente testado pela Usina São José, na região de Bauru (SP). Tratava-se de um caminhão ciclo diesel adaptado para usar álcool hidratado aditivado. Em 1984 foram vendidos 26 caminhões a álcool, para o transporte de até 80 toneladas.
HW e EW
Em 1988 é apresentada a nova linha HW e EW, para substituir os modelos da família HS. WH é sigla para Heavy Weight (Pesado), e contava com tração 4x2 e 6x2. Já EW significa Extra Heavy Weight (Extra Pesado), e por isso só havia na configuração 6x4. Os novos 112 contavam com motorização mais potente nos modelos turbo.
Sem intercooler, tinha agora 303 cv a 2000 rpm de potência e torque máximo de 135,6 kgfm a 2000 rpm, ou 310 cv a 2000 rpm e 136,1 kgfm a 1100 rpm. Já com intercooler gerava 353 cv a 2000 rpm e 161.6 kgfm a 1050 rpm ou 363 cv a 2000 rpm e 162.1 kgfm a 1050 rpm. No entanto, o 112 aspirado não mudou em nada a calibração do motor.
Em 1990, a Scania apresenta o T 112 HK 6×6, com tração no três eixos, voltado a operações fora-de-estrada e com capacidade de tracionar até 80 toneladas. Nesse mesmo ano, um Scania T 112 HW 360 branco pérola com defletores de ar foi o veículo de número 600.000 produzido pela marca no mundo, e por isso recebeu a inscrição Scania 600.000.
Série especial
Os 112 deram início às séries comemorativas na Scania. O primeiro foi o Jubileu, de 1991, em comemoração aos 100 anos de Scania no mundo. Foram comercializadas 200 unidades do modelo HW, sendo 170 da versão T (bicudo) e 30 do cara-chata R, todos com motor 360 cv com intercooler. Todos receberam pintura especial preta, com chassi prateado e faixas laterais prateadas, além da palavra Jubileum na lateral.
Scania 142
Juntamente com o Scania 112, os modelos 142 fizeram história, com motor V8 turbo e intercooler de 14 litros com potências de até 450 cv.
Pamela Emerich, direto da Redação do Planeta Caminhão
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