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Nikola Corporation vai pagar US $ 125 milhões em multas para governo americano

Nikola Corporation vai pagar US $ 125 milhões em multas para governo americano

Empresa foi acusada de dar informações falsas para atrair investidores e aumentar ações

O tempo fechou para a fabricante de caminhões elétricos Nikola Corporation. A empresa americana sofreu uma investigação e precisou fazer um acordo com a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) para pagar uma multa de US $ 125 milhões e encerrar o caso, no qual o fundador, Trevor Milton, foi acusado de enganar investidores intencionalmente, com informações falsas sobre o modelo Nikola One. O valor corresponde a R$ 716 milhões em cotação atual e será pago em cinco parcelas divididas em dois anos.

O acordo será parte da negociação para limpar o nome da empresa com o órgão regulador e de controle dos mercados financeiros. A primeira parcela será paga imediatamente, e as restantes serão quitadas por semestre, até 2023. Para garantir que a dívida será paga, a empresa já providenciou uma reserva com esse valor, tirado do lucro do último trimestre, como forma de compensar a multa.

Em comunicado, a Nikola afirmou que tem o prazer de encerrar esse capítulo de sua história, pois já resolveu todas as investigações governamentais: “Continuaremos a executar nossa estratégia e visão para cumprir nosso plano de negócios, incluindo entrega de caminhões aos clientes, expandindo nossas instalações de fabricação e nossa rede de vendas e serviços, e construindo nosso ecossistema de infraestrutura de hidrogênio, incluindo a produção de hidrogênio, distribuição e estações de abastecimento”, disse a empresa.

Além do pagamento acordado com a SEC, a empresa vai processar seu fundador, Trevor Milton, para cobrar todos os custos relacionados ao processo. As ações da fabricante de caminhões a hidrogênio acumularam perda de quase 20% em 2021. Estima-se que o patrimônio de Milton - que fundou a Nikola em 2014 - esteja em torno de US$ 1,2 bilhão.

Entenda como foi o caso

A Nikola surgiu no mercado em 2014 para construir caminhões movidos a células de combustível de hidrogênio, prometendo mais avanço tecnológico no desenvolvimento dos veículos. Isso criou interesse em diversas empresas em investir, como a CNH Industrial, dona da Iveco, e a General Motors, nos Estados Unidos.

E foi justamente em uma dessas junções que a Hindenburg Research, uma empresa de consultoria dos Estados Unidos, surge no processo e acusa a Nikola de fraude no desenvolvimento da tecnologia. O relatório fornecido pela consultoria revelou que a tecnologia para o caminhão não estava pronta e atualmente, “a empresa ainda está longe de conseguir obter resultados promissores com o hidrogênio”.

De acordo com informações do porta-voz da SEC, o fundador e ex-presidente da Nikola, Trevor Milton, foi responsável por declarações enganosas na mídia e outras supostas enganações que criaram uma ideia falsa dos negócios e da tecnologia da companhia. As “fake news” divulgadas inclusive em redes sociais, tinham como objetivo aumentar o valor das ações da empresa.

A SEC acusou Milton de fraude de títulos por declarações falsas e enganosas sobre aspectos essenciais dos negócios de Nikola, incluindo alegar falsamente que a empresa havia obtido “bilhões e bilhões e bilhões e bilhões” de dólares em pedidos confirmados de caminhões, em um podcast lançado em julho passado. Mesmo que Trevor Milton tenha se declarado inocente, a SEC acredita que ele enganou os investidores premeditadamente, mentindo a todos sobre as capacidades da empresa, seus produtos e realizações comerciais.

A agência federal americana acredita que a prática ajudou Milton a acumular dezenas de milhões de dólares em ganhos pessoais antes de deixar o cargo de chefe de Nikola. Os advogados do executivo entraram com várias ações judiciais pedindo a retirada de uma série de acusações, que seguem também na Procuradoria dos EUA em Manhattan.

A postura da Nikola frente ao problema, como demorar 4 anos para admitir que no anúncio do modelo One, onde o ex-CEO alegou que o modelo era totalmente funcional, não era verdade, jogou uma nuvem negra sobre a reputação da empresa, e afastou investidores. As notícias sobre a multa e as práticas enganosas mexeram com as ações da Nikola na Bolsa de valores, que despencaram 9%, empurrando as perdas das ações para quase 20% neste ano.

As ações da empresa chegaram a ser negociadas a US $ 9,25 por ação, enquanto no verão de 2020 seu preço chegou a US $ 60 por ação. Sediada em Phoenix, a empresa não foi acusada de delito e após a quitação da multa aplicada, não terá mais nenhuma pendência com a justiça americana.

 


Fundador da fabricante de caminhões a hidrogênio foi acusado de enganar investidores durante IPO Tim Pannell/Forbes

 

Direto da Redação do Planeta Caminhão

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