Durante dez anos, de 1989 a 1999, os modelos da série NL, da Volvo, deixaram uma marca de destaque no cenário brasileiro de veículos comerciais pesados. Foram os primeiros modelos desenvolvidos pela engenharia local. Presente no Brasil desde a década de 1930, a Volvo iniciou a produção no País em 1979 (ônibus), tendo como primeiro modelo de caminhão a linha N, antecessora da NL, em 1981.

Com base na linha N, os caminhões NL foram desenvolvidos de forma a melhorar a performance e, por isso, chegou ao mercado com capô maior (25 cm mais comprido) e mais aerodinâmico, novos faróis, grades e para-choque, além de faixas decorativas com os números 280, 340 e 400, que remetiam à potência dos motores.

Eram duas opções de motor, um com 9,7 litros e outro de 12 litros, ambos à diesel de seis cilindros em linha, que contavam com inovações tecnológicas como o pistão articulado, que reduzia a transmissão de calor e fazia o motor ser mais silencioso e queimar menos combustível. As nomenclaturas das versões faziam referência à linha (NL), ao motor (10 ou 12 litros), e à potência (280, 340 ou 400 cv). Assim, havia o NL10 280 (sem intercooler), NL10 340 e NL12 400 (ambos com intercooler).

Os motores eram produzidos em Curitiba (PR). Sem intercooler, o 9,7 litros recebia a nomenclatura TD 100 G; com intercooler se chamava TD 102 FS e, além dos 340 cv a 2.050 rpm, gerava torque máximo de 143 kgfm a 1400 rpm. Já o 12 litros, sempre com intercooler, se chamava TD 112 FS e contava com torque máximo de 170 kgfm a 1200 rpm e potência máxima de 400 cv a 2050 rpm.

Acoplado ao motor, todas as versões contavam com câmbio manual de 16 marchas, com nova embreagem pull-type, sistema que suportava torques mais elevados e reduzia o desgaste do sistema, nova suspensão e eixo traseiro com ou sem redução. O NL12 400 vinha em duas configurações: 4x2, 6x2 e 6x4. 

Internamente, os novos bicudos da Volvo contavam com mais espaço interno, isolamento térmico aprimorado e alterações no painel.

O lançamento da linha NL foi um grande marco na história da Volvo no Brasil, tanto que em meio a uma grave crise econômica que o país vivia, em 1989, a empresa realizou o maior evento de sua história até então: a Volvo do Brasil Truck Convention.

Quatro anos depois, em 1993, a família NL ganha novas calibrações de motor é ampliada para quatro modelos. O NL10 310 (antigo NL10 280, agora com intercooler e 310 cv), NL10 340 (antigo NL10 340, sem alterações, com 340 cv), NL12 360 (novo, uma versão com motor ‘estrangulado’ com 356 cv) e NL12 410 (antigo NL12 400, agora com 408 cv). 

Com essa nova calibragem de motor, o freio motor recebeu um novo sistema de controle da pressão dos gases de exaustão, o que permitiu maior eficiência na frenagem e mais segurança na condução.

A cabine dos novos modelos ficou maior também. Cresceram 13% e isso permitiu aumentar o tamanho das camas, que passaram a ser as maiores oferecidas no mercado. As opções de cabine passara a ser longa e curta, nas configurações 4x2, 6x2 e 6x4.

Eletrônica

O gerenciamento eletrônico do motor chegou à família NL em 1996, com o lançamento do NL EDC (Eletronic Diesel Control). Era o fim dos motores puramente mecânicos nos veículos comerciais da Volvo no Brasil.

O NL EDC foi comercializado em três versões: 320, 360 e 410 cv. Era possível ainda escolher entre 4x2 com ou sem redução e 6x4, todos com cabine-leito de teto alto. Por dentro ficou mais confortável, com melhorias na ergonomia e sistemas de climatização mais eficientes. Entre os destaques de conforto estão coluna de direção ajustável, novo volante, novos porta-objetos e console elevado para o rádio.

Em 1999, a produção da família NL é encerrada, dando lugar ao novo NH, uma versão de cabine recuada do FH12, que a Volvo passou a produzir nacionalmente em 1998.

Direto da Redação do Planeta Caminhão