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São Paulo registra média de quatro roubos ou furtos de caminhões por dia: saiba quais são os mais visados

São Paulo registra média de quatro roubos ou furtos de caminhões por dia: saiba quais são os mais visados

Levantamento mostra aumento de 39% nos roubos em agosto; Fernão Dias, Régis Bittencourt e Anhanguera estão entre as rodovias mais perigosas. Volvo FH e Scania Série R lideram a lista dos modelos mais visados

Nas estradas paulistas, a cada cinco horas um caminhão é roubado. A estatística, por si só, já seria alarmante, mas o cenário é ainda mais preocupante quando se observa a escalada recente desse tipo de crime. De acordo com o Boletim Tracker-Fecap, o Estado de São Paulo registrou um aumento de 39,4% nos roubos de caminhões em agosto de 2025, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram 145 casos no período, o que equivale a uma média de quatro ocorrências por dia.

Apesar da alta pontual, o acumulado do ano (de janeiro a agosto) mostra uma leve retração: 766 roubos contra 796 no mesmo período de 2024, queda de 3,8%. Os furtos, por outro lado, diminuíram 20,4%, totalizando 304 ocorrências. Ainda assim, os dados confirmam que o transporte de cargas segue sendo uma das atividades mais visadas por quadrilhas organizadas no estado.

As rodovias Fernão Dias, Régis Bittencourt e Anhanguera aparecem como os pontos mais críticos, com concentrações de ocorrências em diferentes trechos. A Fernão Dias, que conecta São Paulo a Minas Gerais, lidera o ranking com registros em Guarulhos (20 casos), São Paulo (17) e Mairiporã (8). Esses eixos são estratégicos para o escoamento de cargas e, justamente por isso, se tornam alvo de ataques cada vez mais sofisticados.

São Paulo, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Itatiba, São Bernardo do Campo, Limeira, Itaquaquecetuba, Campinas, Jundiaí e Embu das Artes são as cidades com maior índice de roubo e furto: "Esses dados sugerem uma possível eficácia das medidas de segurança ou uma mudança no modus operandi dos criminosos, que podem estar se deslocando para outras modalidades ou regiões", analisa o pesquisador da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) responsável pelo estudo, Erivaldo Vieira.

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Outro dado que chama a atenção é a dispersão dos crimes para novos polos logísticos. As cidades de Cubatão, Osasco, Paulínia, Santos e Sumaré deixaram o ranking no período, mas as cidades de Itatiba, São Bernardo do Campo, Limeira, Itaquaquecetuba e Jundiaí entraram no ranking de 2025: “É um dado alarmante e sugere que novas rotas e municípios estão se tornando alvos de quadrilhas especializadas, provavelmente acompanhando o crescimento logístico e o fluxo rodoviário” afirma o gerente de Comando e Monitoramento do Grupo Tracker, Vitor Corrêa.

O executivo também destaca que as ocorrências estão sempre próximas de rotas de transporte de carga e zonas industriais: “isso reforça a relação direta entre o crime e o fluxo de mercadorias. Iso mostra que as quadrilhas estão acompanhando o crescimento das operações logísticas e estão próximas de rotas industriais e de transporte de alto valor. O crime se move com a carga, e onde há fluxo, há vulnerabilidade”, afirmou Corrêa.





A logística paulista se organiza em torno de cinco eixos principais:

  1. Anhanguera–Bandeirantes (capital → Jundiaí–Campinas)
  2. Dutra–Fernão Dias (São Paulo → Vale do Paraíba → Minas Gerais)
  3. Régis Bittencourt (São Paulo → Paraná)
  4. Anchieta–Imigrantes (São Paulo → Porto de Santos)
  5. Dom Pedro I (Campinas → Jacareí)

Em termos de perfil dos veículos, o foco dos criminosos é claro: caminhões de alto valor e grande capacidade de carga. Os modelos Volvo FH 540 6x4T e Scania R450 A6x2 lideram as estatísticas, com 75 e 61 ocorrências, respectivamente. Também aparecem na lista caminhões VW e Mercedes-Benz, além de utilitários de menor porte, usados para transporte urbano. O motivo é simples: peças e componentes desses veículos têm alta revenda no mercado paralelo.

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O levantamento também mostra que 74,6% dos crimes ocorrem em vias públicas, seguidas por rodovias e estradas (9,9%). A maior parte acontece durante o deslocamento das cargas, e não em pontos fixos, o que exige ação imediata e integração entre rastreamento e forças policiais. O estudo ainda aponta que terça, quarta e quinta-feira concentram 57% das ocorrências, coincidindo com o pico das operações de transporte e entrega.

Para os especialistas, o problema vai além da falta de policiamento: é uma questão estrutural que envolve toda a cadeia logística. “Esses dados sugerem que há eficácia parcial das medidas de segurança, mas também uma mudança no modus operandi dos criminosos, que se deslocam para novas regiões e adotam rotas alternativas”, analisa Erivaldo Vieira, pesquisador da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP).

A solução, segundo ele, passa por tecnologia e integração de informações. Ferramentas de rastreamento em tempo real, bloqueadores automáticos e monitoramento inteligente de rotas podem fazer diferença, mas é essencial que os dados sejam compartilhados entre transportadoras, seguradoras e órgãos públicos. “Sem isso, o tempo de resposta ainda é lento demais”, avalia.


Caminhão roubado em São Paulo é recuperado pela PRF em Serra Talhada - Imagem: Polícia Rodoviária Federal

 

Além da questão operacional, há também o impacto humano e econômico. Cada caminhão roubado representa prejuízo direto para o transportador, risco para o motorista e perda de credibilidade para as empresas. O problema afeta toda a cadeia, do produtor ao consumidor final, encarecendo o frete e reduzindo a competitividade da logística nacional. E há um elemento muitas vezes ignorado: o mercado ilegal de peças.

Segundo especialistas, parte significativa dos crimes está ligada à revenda clandestina de componentes e acessórios. “Por trás de cada peça sem nota fiscal pode haver um caminhão roubado e uma família afetada”, alerta Vieira. “Combater esse comércio é tão importante quanto prender os assaltantes.”

Com a expansão do transporte de cargas e o avanço das operações logísticas em São Paulo, o roubo de caminhões deixa de ser apenas um problema de segurança pública para se tornar um desafio estratégico da economia nacional. A pergunta que fica é: se o transporte é o motor do Brasil, quem protege o motor de quem move o país?



 

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