Segundo o Índice de Frete Rodoviário (IFR), o valor médio por quilômetro rodado no Brasil subiu para R$ 7,31 em novembro, puxado por variações no diesel, juros altos, demanda do agronegócio e impacto da Black Friday.
O preço do frete rodoviário no Brasil voltou a subir após três meses consecutivos de queda, segundo a mais recente edição do Índice de Frete Rodoviário da Edenred (IFR), com base em dados exclusivos da plataforma Repom. O levantamento aponta que o valor médio nacional passou de R$ 7,23 em outubro para R$ 7,31 em novembro, uma alta de 1,11% no período. A variação interrompe uma tendência de recuo registrada desde julho e reacende o alerta para os custos operacionais do transporte de cargas.
O aumento é reflexo de uma combinação de fatores econômicos que voltaram a pressionar o setor. O principal deles é o custo do diesel, que representa a maior parcela das despesas de transportadoras e caminhoneiros. Segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), o diesel S-10 ficou 0,16% mais caro em novembro, atingindo média de R$ 6,22, enquanto o diesel comum manteve o valor de R$ 6,19. Embora as variações sejam pequenas, elas costumam impactar rapidamente a formação do frete, especialmente em rotas de longa distância.
Outro fator determinante para a alta foi o ambiente macroeconômico. A taxa Selic permanece no maior patamar em 19 anos, o que encarece o crédito, restringe investimentos e aumenta o custo financeiro das operações logísticas. No agronegócio, produtores de soja têm segurado estoques para comercialização no segundo semestre, estratégia que elevou o volume de cargas transportadas e ajudou a sustentar a demanda por fretes em algumas regiões.

O período da Black Friday também contribuiu para o movimento. Tradicionalmente marcado por forte aquecimento no varejo, o mês de novembro registrou aumento significativo no fluxo de cargas, especialmente nos setores de bens de consumo, eletroeletrônicos e logística integrada. A corrida por entregas rápidas elevou a procura por fretes e pressionou os preços em rotas estratégicas, reforçando a tendência de alta no índice.
Apesar da elevação, o cenário ainda é considerado de relativa estabilidade, com ajustes pontuais conforme o comportamento dos setores produtivos. “A alta do frete por quilômetro rodado observada em novembro é resultado de fatores conjunturais, como o leve aumento do diesel e a dinâmica do agronegócio neste período. Ainda assim, o mercado permanece equilibrado, sem grandes saltos de demanda ou custos. A expectativa é de estabilidade na virada para 2026”, avalia Vinicios Fernandes, Diretor da Edenred Frete.
O IFR é calculado com base em um volume robusto de mercado: 8 milhões de transações anuais de frete e vale-pedágio administradas pela Edenred Repom, empresa que há três décadas atua na gestão e pagamento de despesas do transporte rodoviário de cargas no Brasil. O índice é considerado um dos termômetros mais precisos para monitorar tendências, custos e o comportamento dos preços no setor logístico nacional.

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