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Chile libera tráfego de 2 mil caminhões brasileiros barrados na fronteira com a Argentina

Chile libera tráfego de 2 mil caminhões brasileiros barrados na fronteira com a Argentina

Brasileiros passaram 20 dias retidos por falta de testes de Covid-19 após restrições chilenas

A adoção de medidas mais restritivas para a Covid-19 adotadas pelo Chile trouxe muitos transtornos para os caminhoneiros brasileiros que estavam na fronteira do país com a Argentina. Ao todo, 5 mil motoristas do transporte internacional de cargas foram impactados pelas mudanças nos critérios sanitários adotados pelo governo chileno. Destes, entre 1,8 a 2 mil eram brasileiros, o que chamou a atenção da CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística).

A fila se formou do lado argentino do Paso Cristo Redentor, a principal ligação entre os dois países, a 50km da Cordilheira dos Andes, depois que o governo optou por não realizar exames de amostragem e passou a exigir a realização do exame na aduana, não aceitando testes de Covid-19 realizados fora do território chileno. Caminhões brasileiros, argentinos e uruguaios, que precisavam atravessar, eram impedidos pela demora na realização dos exames e, apesar da exigência, as autoridades sanitárias não estavam conseguindo atender esta demanda de testagem.

Ainda de acordo com informações do Ministério de Infraestrutura, os caminhoneiros que ficaram cerca de 20 dias parados no local relataram que passaram por dificuldades, com difícil acesso à alimentação, higiene e serviços básicos. Eles informaram que a retenção dos veículos de transporte de cargas teria começado por volta de 10 de janeiro, quando motoristas argentinos travaram estradas em uma greve contra as medidas das autoridades chilenas, deixando os motoristas isolados, abandonados e confinados, correndo o risco de adoecerem e de contraírem Covid-19.

Mesmo depois que os argentinos pararam com a greve, a lentidão na passagem para o Chile continuou devido ao baixo número de agentes na fronteira para fazer testes de Covid-19 em todos os caminhoneiros e as autoridades não conseguiam suprir a demanda. Só no ano de 2019, o último sem pandemia, cruzaram a passagem Cristo Redentor, a partir da província argentina de Mendoza (que fica a 1.050 km a oeste de Buenos Aires), mais de 580 mil caminhões, segundo um recente estudo binacional. Os caminhões que passam por esse trecho vem de todo o Mercosul. Segundo as estatísticas de tráfego, 50% são argentinos, 30% brasileiros e o restante de outros países.

Como aconteceu a liberação dos motoristas?

Após forte apelo da CNTTL ao Itamaraty e de entidades sindicais internacionais do Chile, Uruguai e Argentina, o governo chileno apresentou no final de janeiro novas regras para destravar o trânsito e a entrada dos motoristas no país. As informações foram confirmadas pelo Ministério de Infraestrutura brasileiro. Nas mudanças para a fiscalização sanitária de quem entra no país pelas estradas, está a apresentação de um teste PCR negativo nas últimas 72 horas.

Além disso, passaram a ser realizados testes aleatórios com os condutores de caminhões e foram reforçadas medidas de proteção para os funcionários que trabalham nas fronteiras. Os testes foram aplicados em 70% dos caminhoneiros que estavam parados na fronteira e aqueles que apresentaram teste PCR negativo de 72 horas conseguiram entrar no país, sem a obrigatoriedade de realizar um novo teste no local. Para os caminhoneiros que não tenham PCR negativo, a orientação da autoridade chilena é que o exame seja realizado em laboratório credenciado pelo país.

Mas mesmo tornando mais flexíveis as medidas de realização de testes de Covid-19, a situação dos caminhoneiros brasileiros parados entre a Argentina e o Chile demorou cerca de dez dias para se normalizar. Porém, a situação caótica e triste em que se encontravam os caminhoneiros foi resolvida e para solucionar o trânsito na fronteira, o governo aumentou de sete para 14 os pontos de controle sanitário para os caminhões.

Em nota, o Itamaraty informou que desde 11 de janeiro está em contato direto com os representantes dos governos estrangeiros. Segundo o governo brasileiro, as embaixadas e consulados nos dois países estão prestando assistência aos caminhoneiros. O órgão ressalta que é importante que o motorista que trafega pela América do Sul se oriente sobre as regras sanitárias daquele país, durante a pandemia de Covid-19.

Direto da Redação Planeta Caminhão

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