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Emplacamento de caminhões elétricos e a gás aumentam no país, segundo a Anfavea

Emplacamento de caminhões elétricos e a gás aumentam no país, segundo a Anfavea

Modelos híbridos e elétricos já correspondem a 2,4% do total de veículos

 

Ao que tudo indica, os veículos elétricos - leves e pesados - vieram para ficar. Mesmo em meio a forte crise de semicondutores que toda a indústria - em especial a automotiva - vem enfrentando, a venda de modelos híbridos ou 100% elétricos está crescendo no Brasil e bateu recorde no primeiro semestre deste ano. Foram quase 14 mil veículos emplacados de janeiro a junho, um aumento de 80% na comparação com o mesmo período de 2020. Mas o volume de vendas ainda é considerado tímido, e o alto custo dos veículos é um dos entraves para a popularização do modelo.

Alguns fatores, como alta carga tributária e dólar elevado, fazem a adoção de veículos elétricos caminhar devagar no país. Mas, mesmo com diversos empecilhos, os pesados elétricos avançam determinação: caminhões e ônibus elétricos ou movidos a gás foram mais procurados. O número de emplacamento de modelos elétricos e gás no ano de 2021 foi superior aos anteriores: de 76 veículos licenciados em 2019 (10 a gás e 66 elétricos) o total chegou a 86 unidades em 2020 (45 a gás e 41 elétricos) saltou para 258 unidades de janeiro a novembro de 2021, sendo 52 modelos a gás e 206 elétricos.

As naves circulam há algum tempo pelas ruas brasileiras, em caráter experimental. Mas podemos dizer que 2021 representou uma virada: neste ano, vimos o anúncio de produtos como o caminhão e-Delivery, da Volkswagen, ou o JAC iEV 1200T. Outras empresas, como Volvo e DAF, também já possuem uma frota de elétricos - mas ainda estudam seu lançamento na América Latina. Não estamos falando de produtos importados ou feitos apenas para demonstração. Todos esses são veículos elétricos prontos e desenvolvidos para as realidades locais.


O e-Delivery custa a partir de R$ 780 mil (imagem: divulgação/Volkswagen)

Eles estão por aí, cada vez mais

Talvez em uma andada por aí, você encontre um caminhão da Ambev elétrico. Responsável por marcas como Antarctica, Brahma e Skol, por exemplo, a companhia e seus parceiros têm uma frota para distribuição de bebidas formada por milhares de caminhões que até 2025, deverá incluir 1.600 unidades do e-Delivery, um caminhão 100% elétrico que a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) anunciou oficialmente em julho. O veículo foi desenvolvido no Brasil e teve a própria Ambev como parceira nesse trabalho. 

A Volks, que diz ser a primeira fabricante a lançar um caminhão elétrico no Brasil, produziu o e-Delivery nas versões 4×2 (11 toneladas) e 6×2 (14 toneladas). Sem dúvida, uma das grandes vantagens de um caminhão elétrico está no torque instantâneo do motor. Esse modelo é equipado com um motor de 260 KW (350 cavalos) e 2.150 Nm de torque.

E não é só a Volks que está investindo em elétricos. As primeiras avaliações dos JAC elétricos foram feitas no fim de 2020. E desde que a empresa constatou sua viabilidade, segue firme na utilização de caminhões elétricos em operações urbanas. Começou a criar a sua "frota mais verde" e apostar nos veículos sem combustíveis: "Caminhamos para um futuro mais responsável. E isso é cada vez mais necessário", diz o fundador e presidente da empresa Rodonaves, João Naves.

O JAC iEV1200T é importado da China e está presente na frota de  grandes empresas brasileiras, como a Manlog (logística) e Seara (alimentícia). Com baterias de fosfato de ferro-lítio de 97kWh. o caminhão conta com um sistema que transforma a energia das desacelerações em eletricidade. O motor elétrico gera o equivalente a 177 cv de potência e o caminhão pode chegar a 90 Km/h. E a redução de carbono é impressionante: em 30 dias, rodando por 12 horas, 17 toneladas de carbono deixaram de ser jogadas no ar. Isso equivale ao plantio de mais de 10 mil árvores.

Sem dúvida, a expectativa para esse novo modelo de veículo segue grande. E para estimular as montadoras, a Anfavea vai introduzir em suas estatísticas o número de emplacamentos de veículos elétricos, especialmente de picapes e veículos pesados, que prometem mudar a forma que a indústria opera hoje: “Este novo segmento vai se tornar relevante”, disse o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes. “Vamos tornar os números mais transparentes para que seja possível fazer projeções também dos veículos híbridos, elétricos e a gás.”

O cenário é positivo e animador, mas como tudo que é novo, ainda conta com muitas dúvidas, principalmente em quem vai operar os veículos. Então, a capacitação de motoristas precisa estar na lista das empresas que desejam incluir elétricos em sua frota - já que os preços ainda são altos para a aquisição por autônomos. Especialistas do setor acreditam que até 2025 o cenário será completamente diferente e, com mais opções de veículos, o acesso a eles e a concorrência pelos elétricos será maior.

 

 

 


Frota de caminhões 100% elétricos da Pepsico (Imagem:Divulgação)

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