Liberdade, aventura e possibilidade de conhecer o Brasil pelas estradas. Essa é algumas das possibilidades na rotina do caminhoneiro, uma profissional que vem se destacando nos últimos anos por sua importância para o funcionamento da economia brasileira.
Só para você ter ideia, o Brasil é o país que tem a maior concentração rodoviária de transporte de cargas e passageiros entre as principais economias mundiais. 58% do transporte no país é feito por rodovias.
Ainda falando em números, dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) atualmente, são 986,8 mil caminhoneiros empregados com carteira assinada no Brasil.
Mas, diferente do que acontecia antigamente, em que a profissão era passada de pai para filho, atualmente a formação desse profissional é necessária para que ele possa acompanhar a evolução tecnológica do setor bem como atender a legislação vigente.
Para ingressar no ramo, um motorista de caminhão profissional precisa ter a experiência e treinamentos necessários para ter maior valor agregado para o mercado. Isso porque se tornar um caminhoneiro envolve assumir muitas responsabilidades, pois envolve vidas, pressão para chegar e estar pronto para partir, exigindo muita maturidade e dedicação.
Dito isso, a nossa missão aqui é te orientar da melhor forma possível como se preparar para ser um caminhoneiro. Então antes de pegar no trecho, te convido para conferir as dicas.
1- Decidir o tipo de caminhão e a carroceria
Antes de mais nada, é importante que você conheça e decida qual o tipo de veículo que você pretende trabalhar. Também é importante decidir o tipo de carroceria que você pretende trabalhar, essa decisão poderá influenciar nos próximos passos, que falaremos um pouco mais aqui embaixo.
2- Tirar habilitação especial
A carteira de motorista para caminhão, principalmente àqueles que desejam trabalhar com veículos grandes, precisa ser da categoria E que, segundo a legislação de trânsito, é a que proporciona a habilitação para dirigir trailers, carretas e articulados acima de 6 toneladas.
Para conseguir alcançar esta categoria, algumas exigências precisam ser atendidas:
- estar habilitado há pelo menos um ano na categoria C ou há um ano na D e ter, no mínimo, 21 anos;
- não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima nos últimos 12 meses;
- não ser reincidente em infrações médias nos últimos 12 meses;
- realizar exame médico;
- realizar avaliação psicológica;
- apresentar comprovante de aulas práticas em direção veicular;
- fazer a prova e ser aprovado nos testes de direção veicular.
Para os motoristas que pretendem transportar cargas perigosas, é necessário a comprovação de cursos de especialização no assunto e para todos é obrigatório ter registrado na CNH o EAR (Exerce Atividade Remunerada).
3- Fazer o cadastro na ANTT
Além disso, todos que trabalham com transporte e entrega de cargas precisam contar com o registro ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre).
4- Cursos especiais
Alguns tipos de cargas exigem cursos especiais, que são obrigatórios por lei, então se você está pensando em trabalhar com:
4.1 Transporte de Produtos Perigosos (combustíveis, produtos químicos e cargas semelhantes)
Você terá que se preocupar em tirar o certificado do MOPP – Movimentação Operacional de Produtos Perigosos, existem algumas instituições que trabalham com esse curso, incluindo auto-escolas, cursos presenciais e on-line.
4.2 Transporte de Cargas indivisíveis
Cargas indivisíveis são cargas que não podem ser dividida em duas ou mais partes para ser transportada. Transportar esse tipo de carga exige um curso especializado para condutores de veículos de transporte de cargas indivisíveis.
4.3 Cargas Vivas e Outras
Existem muitas variáveis quando falamos de cargas e elas podem influenciar no tipo de capacitação que o motorista deverá ter para conduzir. Dica: Uma instituição que é referência no mercado de transporte e que apresenta diversos treinamentos é o Sest Senat.
5- Decidir se você será motorista autônomo, agregado ou funcionário
Feito isso, é chegada a hora de decidir se será um motorista autônomo, agregado ou funcionário de alguma empresa de transporte. Como se pode imaginar, ambos possuem características diferentes e a decisão cabe somente ao motorista.
Autônomo
Deve possuir caminhão próprio ou arrendado e conseguir conciliar fretes de ida e volta para que não fique no prejuízo. Por outro lado, possui um lucro maior e maior autonomia nas negociações de prazos e valores.
Agregado
Também deve possuir caminhão próprio ou arrendado, porém o agregado têm seus serviços fidelizados com uma empresa de transportes, apesar de não ter vínculos empregatícios com a mesma.
O agregado tem a preocupação com todos os custos envolvendo o caminhão e fretes e fica focado em atender a demanda de cargas negociada com a empresa. Normalmente o agregado tem uma margem de lucro maior que a do funcionário e menor que a do autônomo, mas não é uma regra.
Funcionário
Em alguns casos a empresa oferece os caminhões e o motorista não precisa se preocupar com a busca por fretes, ele apenas é informado de suas próximas viagens.
Embora o lucro seja menor e a cobrança (principalmente relacionada ao tempo de viagem) maior, o caminhoneiro já sabe quanto receberá no final do mês e dificilmente fica sem trabalho.
Além disso, é fundamental contar com as tecnologias. Conforme falamos no item anterior, a internet se tornou a maior aliada, tanto para a obtenção de fretes como para se comunicar com todos os envolvidos na entrega (fornecedor e cliente).
Direto da Redação do Planeta Caminhão
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