Chassi vermelho
Lançado em 1964, uma série de caminhões destinada ao segmento de médios surgiu no Brasil e causou uma verdadeira revolução no transporte. Estamos falando do caminhão Mercedes-Benz L-1111, que foi homenageado pela Mercedes na Fenatran do ano passado.
Ele foi o grande precursor da cabine semiavançada da série AGL, que anos mais tarde faria muito sucesso com o querido L-1113. A nova cabine da Mercedes foi classificada na época como do tipo DB semi-avançada. Era equipada com suspensão por feixe semi-eliptico transversal secundado por amortecedores telescópicos.
Era a cabine AGL – Tradicional, em um primeiro momento, na versão teto-baixo, evoluindo entre os anos de 1970 a 1971 para versão teto-alto, que equipou os modelos tais como o L-1113, L-1313, L-1513, 2013 (6x2), 2213 (6x4) e muitos outros até o final da década de 80.
Conhecido como pai da família AGL o “Onze Onze” foi sinônimo de qualidade, robustez e durabilidade. Esses atributos empregados ao modelo garantiam um ótimo valor de revenda ao veículo. Seu trem de força vinha equipado com o motor Mercedes-Benz OM-321, o mesmo que equiparam os caminhões Cara-Chata LP-321, bem como, os ônibus de motor dianteiro LPO-321, e os monoblocos O-321 H e HL.
De aspiração natural – popular “maçarico” – e com seis cilindros em linha esse propulsor Mercedes-Benz gerava seus 110 cv de potência (DIN).
A versão L era a única disponibilizada em três opções de distância entre eixos, sendo elas:
- L-1111/36 – 3600 mm;
- L-1111/42 – 4200 mm;
- L-1111/48 – 4823 mm.
Além das três opções apresentadas na versão L, tínhamos ainda a versão LK-1111/36 e LS-1111/36, ambas com 3600 mm de distância entre eixos.
O L-1111/48 era um veículo indicado ao transportador com interesse em implementar 3º eixo, adaptado por montadores credenciados pela Mercedes.
A versão L-1111/48 adaptada com 3º eixo, garantia ao veículo um PBT de 18,5 toneladas. Com exceção das versões L-1111/48 e LS-1111/36 com semirreboque e CMT de 18.300 kg, as demais versões do 1111 garantiam um PBT de 10,5 toneladas.
Um ano mais tarde, em 1965 a Mercedes-Benz lança a versão 4X4 tração total do 1111. A versão LA-1111 (4X4) foi à sucessora do Cara-Chata tração total LAP-321 (4X4).
Com exceção do cavalo-mecânico LAS-1111/36 (4X4), que tinha CMT para 18.800 kg, todas as demais versões do 1111 com tração total tinham PBT para 11 toneladas.
Todos os modelos 1111 com propulsão nas 4 rodas vinham equipados com o motor OM-321; caixa de marchas tipo DB modelo G-32, de cinco velocidades à frente e um à ré; embreagem do tipo monodisco a seco; eixo dianteiro e traseiro tipo DB – 322 com engrenagens hipóides; e como item opcional de fábrica a direção do tipo hidráulica.
No interior da cabine os modelos Mercedes-Benz 1111 contavam com: Banco do motorista ajustável em três posições diferentes; Banco para dois ou mais acompanhantes; Para-brisa de uma só peça; amplas janelas laterais e visores traseiros que proporcionavam excelente visibilidade; Dois grandes espelhos retrovisores externos que asseguravam manobras fáceis e seguras; Isolamento completo entre a cabine e o compartimento do motor, por meio de revestimentos à prova de calor e som; Amplos estribos laterais permitiam entradas e saídas rápidas.
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