De Norte a Sul, é a maior rodovia pavimentada do país e atravessa cerca de 280 municípios em dez Estados; Criada durante os anos 1930, acompanhou toda a evolução do transporte brasileiro
Não há dúvidas de que a história moderna do Brasil passa pelas estradas, mas em especial, pela BR-116, uma das mais importantes do país. É famosa por vários motivos: ser uma das que tem maior extensão do país, ser considerada a mais perigosa, receber o maior número de veículos entre todas as outras rodovias federais, mas principalmente, por fazer parte do desenvolvimento e da história do transporte rodoviário de cargas do Brasil.
Também conhecida como Rodovia Régis Bittencourt, atravessa o País desde um dos pontos mais extremos ao norte no território nacional ao mais distante no sul. Ao todo, são 4.660 km de extensão, cruzando aproximadamente 280 cidades em dez Estados. Tem início no município de Fortaleza, no estado do Ceará, e termina em Jaguarão, no Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai.
Mesmo não sendo caminhoneiro, você já deve ter passado pela BR-116, já que além da Régis Bittencourt, também recebe o nome de Rodovia Presidente Dutra, Santos Dumont, entre outros, dependendo do Estado em que está passando. Começou a ser criada na década de 1930 e recebeu diferentes denominações. São, na verdade, diferentes estradas, cada uma com características próprias, que integram a gigante rodovia federal. São, pelo menos, sete trechos diferentes.
É considerada uma espinha dorsal da logística nacional, integrando grandes polos industriais, agrícolas e portuários, como São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Feira de Santana. Mas, uma rodovia tão grande, tão importante e tão antiga, com certeza deve guardar histórias interessantes, como sua origem, seu desenvolvimento e como seu crescimento acompanhou a evolução do transporte nacional.
Entrocamento do primeiro trecho da BR-117, em Feira de Santana - BA
Como surgiu a BR-116: Primeiro trecho inaugurado
A história da BR-116 começa ainda no governo Washington Luís, com a criação de um órgão governamental criado com a finalidade específica de desenvolver e gerir a política rodoviária nacional, a Comissão de Estradas de Rodagem Federais (CERF). Em 1927, foi o início do que é chamado de institucionalização do rodoviarismo no país, ou seja, a União passa a se responsabilizar pela criação de estradas federais. A comissão refletia a visão de Washington Luís, que defendia a construção de estradas como meio de integrar o território nacional, uma política de desenvolvimento importante para o setor de transportes.
Entre as rodovias federais previstas por esse órgão, estava uma que ligava o norte ao sul do país, facilitando o fluxo até grandes capitais, especialmente Minas Gerais, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, que estavam avançando no desenvolvimento de rodovias para os interiores de seus Estados. Mas ao contrário do que se esperava, a construção começou pelo trecho Norte. O primeiro deles a ser inaugurado, em 1933, ligava Fortaleza, no Ceará, à Feira de Santana, na Bahia.
Com o início do Estado Novo, de Getúlio Vargas, em 1937, chegou uma nova onda de desenvolvimentos no país, como a construção de grandes rodovias, pavimentação de vias vicinais, criação de cidades, desenvolvimento de capitais, etc. A CER foi transformada no Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), criado para dar continuidade e expandir a política rodoviária do país. Na década de 1940, foi inaugurado o trecho da Bahia até o Rio de Janeiro, nomeado de Rodovia Santos Dumont.

BR-116 no Trecho da Via Dutra, em São Paulo, um dos trechos mais movimentados de toda extensão da BR.
Nos anos de 1950, a ligação entre Rio de Janeiro e São Paulo, foi entregue pelo presidente Eurico Gaspar Dutra e batizada como Rodovia Presidente Dutra, sendo um dos mais movimentados do Brasil até hoje. Somente em 1960, já no governo de Juscelino a pista foi duplicada em vários trechos. Nesse período foi entregue a ligação a partir do município de São Paulo em direção a Curitiba, chamada de rodovia Régis Bittencourt.
Em 1967, foi iniciada a duplicação em toda extensão, tornando-se a principal autoestrada do país. Ao longo das décadas de 1970 e 1980 a BR 116 foi expandindo para o Rio Grande do Sul, passando por Santa Catarina no trecho que liga Curitiba (PR) a divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, chamado de Planalto Sul e entre Curitiba até Jaguarão, que recebeu o nome de Via-Serrana.
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Juscelino Kubitschek na inauguração do trecho da Régis Bittencourt
A duplicação da via foi concluída em trechos, com o último e mais difícil, a Serra do Cafezal, famosa por ser um dos trechos mais perigosos da rodovia, entre os municípios de Juquitiba e Miracatu, sendo finalizado em 2017, como parte do processo de concessão. Com o tempo e o avanço da malha rodoviária nacional, outros trechos foram sendo agregados à BR-116, até ela se transformar no gigantesco corredor que é hoje, com pista duplicada em seus principais trechos.
Desde os anos 2000, possui vários trechos concessionados, e as concessionárias variam conforme a região, como a CCR RioSP (trecho SP-RJ), Autopista Régis Bittencourt (trecho SP-PR), Autopista Planalto Sul (trecho PR-RS), e Via Bahia (trecho BA).

Trecho de serra da BR-116 em 1976
BR-116 em números
A BR-116 é a maior rodovia totalmente pavimentada do país, com 4.385 km de extensão. É fundamental para o transporte rodoviário de cargas, sendo uma das rotas com maior fluxo de caminhões no Brasil. Corta ou margeia 4 capitais brasileiras e 2 grandes cidades chave: Fortaleza (CE), Feira de Santana (BA), Vitória da Conquista (BA), Curitiba (PR), São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS).
Quando foi projetada, o plano era receber um fluxo de 8.000 veículos por dia, mas hoje, o fluxo somente no trecho da Régis Bittencourt é de mais de 35.000 veículos, entre os quais, 27.000 são caminhões. Em trechos movimentados, especialmente próximo a áreas metropolitanas, o volume de veículos pode ultrapassar 50.000 por dia. No trecho entre Guaíba e Pelotas/RS da BR-116, por exemplo, são contabilizados cerca de 3,8 mil caminhões de carga por dia.

BR-116 no trecho da Régis Bittencourt na altura da entrada da Serra do Cafezal
Curiosidades sobre a BR-116
A BR-116 é mais extensa que a distância entre Lisboa e Moscou. É paralela à BR-101, que corre mais próxima do litoral e é uma das rodovias com maior fluxo de caminhoneiros do país, essencial para o escoamento da produção agrícola, industrial e de importação/exportação. Em trechos de grande fluxo de caminhões, a BR-116 é essencial para o transporte de cargas, conectando polos produtores, industriais e portuários, o que eleva sua importância econômica além da função rodoviária.
O trecho que liga as cidades de São Paulo e Curitiba, entre São Paulo e o Paraná, ficou tristemente famosa pelo apelido de Rodovia da Morte, devido à alta incidência de acidentes fatais. O apelido se devia às curvas sinuosas, desníveis acentuados e que por muito tempo, a tornava perigosa, especialmente para o intenso tráfego de caminhões e ônibus. As características da pista simples, com muitas curvas, somadas ao tráfego pesado e, por vezes, à imprudência dos motoristas, causavam acidentes frequentes.

Caminhões parados aguardando fluxo da BR-116 com destino ao Sul

Matéria da Revista O Carreteiro sobre a BR-116 no trecho da Régis Bittencourt

Serra do Cafezal, na BR-116, durante a duplicação
Porém, após ser duplicada, em 2017, a estrada melhorou consideravelmente no quesito segurança, e as ocorrências diminuíram drasticamente. Em um período de quatro anos, entre 2013 e 2016, a Rodovia Régis Bittencourt, incluindo a Serra do Cafezal, registrou cerca de 500 mortes, segundo uma reportagem de 2016. Em 2010, antes da duplicação, a serra registrou 20 mortes. Em 2018, já com o trecho duplicado, esse número caiu para 10.
A serra recebeu seu nome devido às plantações de café que existiam na região no passado. A área hoje está coberta pela Mata Atlântica e por isso, mesmo com grande parte da Régis Bittencourt sedo duplicada nas décadas de 1990 e 2000, o trecho de 30 km da Serra do Cafezal, entre Juquitiba e Miracatu (SP), foi o último a ser concluído devido a dificuldades técnicas e ambientais.
Mas conta aí, chefe, qual a sua história com essa rodovia? Você também acompanhou parte desse progresso? Qual foi a rodovia que mais fez parte da sua história? Comente aqui e participe com a gente!

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