Suécia testa a nova tecnologia e pretende abolir em 15 anos o uso de combustíveis fósseis.
Conforme falamos no Papo de Torque sobre novas tecnologias de propulsão elétrica (se você não viu, clique aqui e assista), a Siemens e a Scania vinham desenvolvendo em ambiente de testes ao redor da fábrica da Siemens em Berlin, Alemanha, uma pista de testes para este tipo de transporte.
Agora o projeto vai ser testado em uma rodovia real na Suécia, a partir de 2016, que tem planos de se tornar um país livre do consumo de combustíveis fósseis (que tem origem do petróleo) em 15 anos, mais precisamente no ano de 2030.
A tecnologia você já conhece. O princípio é o mesmo dos divertidos carrinhos de bate-bate nos parques de diversão. Será instalado um sistema de cabos suspensos onde os caminhões se alimentaram por condutividade, ou seja, vai usar os cabos de transmissão elétrica que encontramos nos sistemas de bondes e trólebus. Por enquanto esse sistema será testado em um trecho de dois quilômetros da estrada E16 ao norte de Estocolmo. Esse trajeto conecta as regiões de Dalarna e Gävleborg, ou seja, locais dominados pelas indústrias de aço, papel e mineração.
A Siemens informou que os testes serão realizados pela Scania por dois anos. Se as coisas ocorrerem como o esperado, é bem possível que outras rotas recebam a eletrificação.
Mas, como funciona isso?
Basicamente os caminhões serão equipados com um pantógrafo – sim, o nome é estranho – trata-se de um sistema articulado de barras localizado no teto de veículos elétricos. Ele recolhe e fica guardado quando não está em uso. E para utilizá-lo o motorista aciona o pantógrafo, que sobe e entra em contato com os cabos. Na prática, o caminhão roda no modo motor à diesel como conhecemos hoje até chegar no trecho eletrificado. Ao subir o pantógrafo e extrair eletricidade, o motor elétrico entra em ação, desligando o motor à diesel. Na operação toda, a Scania diz que as emissões são reduzidas em até 90%.
Legal, mas é possível também circular de outro modo? Sim, pelo menos por enquanto os caminhões podem utilizar tanto com o motor elétrico quando conectado, quando com o motor à diesel (o caminhão, com isso, é classificado como híbrido) entretanto até 2030 as coisas podem mudar. Opinião do Planeta Caminhão
O sistema requer investimentos consideráveis em infra-estrutura, e requer análise do custo da eletricidade no país. Tem muita coisa acontecendo nos desenvolvimentos das montadoras de caminhão. Desde o uso do biodiesel B100 (100% de origem vegetal e/ou animal), passando pelos motores a gás, pelos motores híbridos, chegando nos elétricos. Neste caso, o caminhão não precisa de baterias e freios regenerativos para retroalimentá-las, pois a eletricidade vem dos cabos. Mas parece ser uma solução positiva para rotas pré-estabelecidas. O caminhão torna-se um trem elétrico que roda no asfalto. Olhando sob o aspecto de emissões, é muito positivo, uma vez que as emissões vão a quase zero. Mas a análise precisa ser mais ampla, como por exemplo o questionamento de onde vem esta eletricidade - se for de usinas termoelétricas, a análise precisa envolver todo o processo de geração da energia, e quais as emissões que a usina gera.
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