Setor acelera digitalização e aposta em dados para aumentar eficiência, reduzir acidentes e preparar frotas para os novos desafios ambientais e operacionais

O setor de logística industrial no Brasil e em toda a América Latina está passando por uma transformação acelerada. À medida que o mercado se aquece em 2025, empresas intensificam investimentos em tecnologia, segurança e sustentabilidade para chegar a 2026 com operações mais eficientes, seguras e ambientalmente responsáveis. A busca por competitividade e confiabilidade tornou-se o principal motor dessa modernização, impulsionando a adoção de telemetria e sistemas inteligentes de gestão de frotas.

A telemetria, considerada o coração da nova era logística, é hoje o grande destaque entre as ferramentas de gestão. Ao transformar veículos e equipamentos em fontes contínuas de dados, a tecnologia permite monitorar desempenho, consumo, tempo de uso e condições de operação em tempo real. No Brasil, segundo levantamento da Softrack, apenas 8% das empresas já utilizam algum sistema de gestão de frotas internas — um número ainda baixo, mas que aponta um mercado em franca expansão.

“Em países desenvolvidos como Estados Unidos e Europa, o índice de adoção da telemetria chega a 50% das frotas. O Brasil está caminhando nessa direção, com empresas percebendo que não se trata apenas de controle, mas de eficiência e segurança operacional”, explica Mário Bavaresco Neto, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Softrack.


Com a telemetria, cada operação passa a ser rastreadamente auditável, eliminando falhas humanas e ampliando a segurança. A Benteler, por exemplo, substituiu os antigos checklists em papel por um sistema digital via Softrack Telemetria, que coleta dados de empilhadeiras e outros equipamentos logísticos. “O sistema eletrônico trouxe rastreabilidade e responsabilidade. O operador só libera o equipamento após garantir que ele está em perfeitas condições. Isso reduz incidentes e melhora o controle da operação”, comenta Mário Enderson, supervisor de Logística da empresa.

O impacto é expressivo: experiências práticas mostram que o uso de telemetria pode reduzir em até 20% o número de máquinas necessárias e diminuir em 98% a probabilidade de acidentes, graças à gestão inteligente dos dados. Além disso, a tecnologia possibilita um planejamento mais preciso de manutenção, reduzindo custos e paradas não programadas. Soluções como o Softrack FleetSync, por exemplo, integram módulos de gestão preventiva e corretiva, rastreamento de ordens de serviço e acompanhamento técnico em tempo real, o que garante maior produtividade e transparência operacional.

Outro eixo que ganha força nas operações logísticas é a sustentabilidade. Com a transição para equipamentos elétricos e híbridos, cresce a necessidade de tecnologias que gerenciem o consumo energético e o carregamento inteligente. A telemetria tem papel central nesse processo, permitindo o uso da “carga de oportunidade”, que aproveita momentos de pausa para abastecimento, otimizando a energia e reduzindo o impacto ambiental. Essa prática contribui para menor emissão de gases poluentes e maior autonomia das operações verdes.


Apesar do avanço, a resistência cultural ainda é um desafio. Parte dos operadores ainda associa o monitoramento à vigilância, quando na realidade o sistema atua como ferramenta de proteção e garantia de boas práticas operacionais. À medida que cresce a conscientização sobre os benefícios da digitalização, a telemetria se consolida como aliada do trabalhador e da gestão, promovendo ganhos em segurança, transparência e eficiência.

Com um cenário de modernização inevitável, o setor logístico brasileiro se prepara para um 2026 marcado pela inteligência operacional. A integração entre dados, sustentabilidade e segurança define o novo modelo de competitividade, um que não depende mais apenas da força dos motores, mas da precisão das informações e da eficiência em cada movimento da cadeia.

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