Pesquisa destaca também que um em cada dois motoristas de caminhão tem um conflito semanal com pedestres, ciclistas e motociclistas

Uma pesquisa realizada com usuários de estradas em cinco países europeus ​sobre a segurança, fez parte do 12º Allianz Motor Day 2024 e revelou informações importantes sobre a segurança do trânsito no mundo. A principal descoberta representativa da pesquisa é que 50% dos motoristas de veículos pesados ​​na Alemanha frequentemente, ou às vezes, desligam os sistemas de assistência ao usuário em seus caminhões ou vans. 

A situação é semelhante em outros países: 54% na França e no Reino Unido; 48% na Espanha; e 47% na Itália. Os principais motivos alegados incluem: os sistemas são "impraticáveis", "irritantes", "desnecessários" ou às vezes não funcionam corretamente. A utilização de sistemas de telemetria ou assistência de direção têm se tornado motivo de discussão no setor do transporte, principalmente entre os motoristas, em diversos países pelo mundo, que entendem essa tecnologia como uma forma de “supervisão”.

Christian Sahr, chefe do Allianz Centre for Technology (AZT), que encomendou o estudo, enfatiza a importância destas descobertas: "Para que servem os melhores sistemas de assistência ao motorista se eles não estiverem ligados? Portanto, é fundamental que os operadores de frotas e os motoristas recebam treinamento abrangente sobre como usar esses sistemas. Além disso, nosso recente estudo de 700 acidentes rodoviários mostra o potencial significativo dos modernos sistemas de assistência ao motorista”, explica. 

O executivo destaca ainda que existe forte necessidade de mudanças estruturais para melhorar a visibilidade do motorista em veículos comerciais. “Estimamos que um terço dos acidentes estudados poderiam ter sido evitados se o motorista do caminhão tivesse sido capaz de ver outros usuários a tempo, com uma linha de visão direta, ou se o caminhão tivesse sido equipado com um assistente de ponto cego ativo”, avalia Sahr.

Acidentes semanais envolvendo veículos pesados

Aproximadamente um em cada dois motoristas de veículos pesados ​​pesquisados ​​vivencia um conflito perigoso pelo menos uma vez por semana. O fato foi relatado por 53% dos motoristas de caminhão e van na Alemanha, 48% na Espanha, 45% na Itália, 43% na França e 42% no Reino Unido. "A perspectiva do motorista mostra que a situação atual leva a um alto número de situações de risco”, ressalta Ulrich Stephan, chefe de Negócios Comerciais da Allianz Versicherungs-AG.

Segundo o executivo, a empresa vê um potencial significativo em abordar essa questão, já que de acordo com as tendências mundiais e executivos do executivos do segmento, além do impacto positivo na segurança viária, sistemas de assistência eficazes também podem beneficiar os operadores de frotas em relação ao seguro dos veículos: apenas veículos protegidos podem ser lucrativos para estes operadores.

Risco de erro humano

Na pesquisa com usuários gerais de estradas, direção agressiva e desrespeito às regras de trânsito foram citados como os comportamentos inadequados mais observados. Motoristas de veículos pesados ​​mencionaram pontos cegos e ciclistas intransigentes ​​(Alemanha), excesso de velocidade (França), distração (Reino Unido), motoristas imprudentes de patinetes elétricos (Espanha) e uso de celular ao dirigir (Itália) como os maiores riscos. 

Lucie Bakker, chefe de Sinistros da Allianz Versicherungs-AG, confirma estes fatos com sua experiência na área. "O risco do uso de celular é particularmente alto para vans de entrega porque, ao contrário dos veículos tradicionais, elas não dirigem de porta a porta, mas precisam ficar de olho em seu dispositivo móvel para a próxima parada. Isso é particularmente perceptível no setor de entrega urbana. Vemos uma frequência 20% maior de sinistros de responsabilidade civil para serviços de correio, expresso e encomendas em comparação com veículos de outros setores."

A experiência com acidentes têm grande variação entre os países

O estudo também mostra que a experiência com colisões rodoviárias difere significativamente entre os países analisados. Enquanto no Reino Unido, apenas 18% dos usuários gerais vivenciam uma situação perigosa com outras pessoas uma vez por semana, esse número sobe para 30% na França, 35% na Alemanha, 46% na Espanha e 55% na Itália.