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Pesquisa inédita da SAE Brasil revela as principais tendências no mercado de caminhões nos próximos anos

Pesquisa inédita da SAE Brasil revela as principais tendências no mercado de caminhões nos próximos anos

Falta de incentivo e altos custos são obstáculos para quem deseja investir em caminhões de combustíveis sustentáveis e energia limpa

 

As discussões sobre tipos alternativos de combustíveis estão em alta há algum tempo no Brasil. Isso porque, diferente da Europa, ainda estamos iniciando a transição da tecnologia Euro 5 para Euro 6. Essa mudança não é somente no nome, já que o protocolo da Euro 6 exige principalmente, mudanças na emissão dos combustíveis. 

Pensando nesse cenário que se desenha no mercado brasileiro, o Conexão Anfavea realizado na última quarta-feira, 14, divulgou uma pesquisa inédita sobre o setor de caminhões e a percepção sobre os modelos de propulsão alternativa. Realizada pela SAE Brasil, KPMG e AutoData, as entrevistas para captação dos dados foram feitas com representantes da indústria e clientes, perguntando desde o interesse de compra de um modelo 0 km até a disposição de aderir a planos de assinatura.

Ricardo Bacellar, da SAE Brasil, foi convidado pela ANFAVEA  para apresentar a pesquisa, e de acordo com ele, o que pretendia ser uma pesquisa de panorama sobre o mercado, acabou se tornando uma fonte riquíssima de informações e dados que poderão mostrar mais que expectativas para o futuro do mercado, mas sim, tendências que trazem um recorte da realidade. 

Um dos principais temas foi a questão das novas matrizes energéticas para caminhões, ou seja, qual a relação dos caminhoneiros com as diferentes opções de combustíveis. Quando os participantes foram perguntados sobre a adesão de tecnologias de propulsão mais limpas, a maioria respondeu que deveriam existir programas de incentivos do governo para quem quiser investir nesse tipo de veículo. 65,6% concordou plenamente com essa afirmação e 26,9% concordou parcialmente, ou seja, cerca de 92,5% teriam um caminhão movido a tipos diferentes de combustível. 

Foram apresentadas aos entrevistadas, diversas fontes energéticas renováveis que poderiam ser mais favoráveis para a realidade brasileira. O diesel verde foi o que mais apareceu nas respostas, com destaque também para a eletrificação, o hidrogênio e o biometano, que surpreendentemente, apareceu como segundo mais votado, à frente da alternativa elétrica.  


Caminhão Hi-way da Iveco movido a Biometano, apresentado em Março de 2022. DIVULGAÇÃO: IVECO


Isso quer dizer que no Brasil, há espaço para que diferentes tecnologias possam conviver numa boa na área de cargas no futuro, o que também deve acontecer no segmento de veículos leves. Caminhões movidos a GNV e ao próprio Biometano estão sendo muito utilizados por transportadoras e empresas do ramo agrícola. 

Quando foram perguntados sobre sua intenção de comprar de um caminhão novo, 27,3% disseram que pretendem fazer a aquisição este ano e outros 22,3% nos próximos dois anos. Porém, o que foi destacado como curioso pelos apresentadores da pesquisa, é que cerca de um terço dos entrevistados deixou claro que não pretende investir num veículo 0 km, sendo que destes, 62% são autônomos.

Custos x Desejo de compra

Uma outra questão levantada na pesquisa foi sobre a intenção dos participantes de considerar a locação como uma alternativa à compra de um caminhão. Destes, 45,5% disseram que aceitariam ofertas de locação e 21,5% se mostraram indecisos. Já 33% deles foram claros em dizer que não. Em relação às vantagens mais importantes quando se opta por um caminhão por assinatura, 33% responderam que é um maior fluxo de caixa, além de ter capital disponível para outros investimentos.

E falando em caminhões por assinatura, que tem sido uma tendência real no mercado, na avaliação de 30,9% dos entrevistados, o prazo ideal para o plano por assinatura é de 24 meses, enquanto 21,8% acredita ser de 12 meses e 24,5% falaram de 36 meses. Já as opções de 48 meses e 60 meses, foram escolhidas por 7,3% e 14,5% respectivamente.


Caminhão da Morada Logística, que iniciou as operações do Scania R 410 GNL 6x2, movido a gás natural. DIVULGAÇÃO: MORADA LOGÍSTICA


O Conexão Anfavea que divulgou a pesquisa da SAE Brasil, KPMG e AutoData está disponível no Youtube, e pode ser assistido neste link. Além disso, a pesquisa completa foi divulgada no site da Anfavea, e você pode conferir clicando aqui. 

Discutir sobre o mercado do TRC no futuro é uma forma de garantir que o setor continue em crescimento, sem prejudicar o ambiente em que vivemos. Em resumo, a pesquisa mostrou que, mesmo sem um amplo acesso a pesados movidos a energia limpa, o interesse dos profissionais é grande, porém, depende principalmente de incentivos governamentais, já que os preços desses caminhões são muito acima dos caminhões tradicionais movidos a diesel. 

E aí, o que achou da pesquisa? Concordou com as respostas? Comente aqui embaixo e compartilhe com seus colegas de trecho! 

Até a próxima!

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