O raríssimo FNM Isotta Fraschini D-7300 1949 teve apenas 200 unidades fabricadas, nenhuma sobrevivente conhecida

A história dos caminhões no Brasil é muito rica e está ligada com o crescimento e desenvolvimento do nosso país. Marcas e modelos de pesados marcaram a memória de muitos apaixonados e um deles com certeza são os primeiros FNM do Brasil. 

A Fábrica Nacional de Motores (FNM) atuou por aqui durante quase 30 anos e como era uma indústria nacional, passou por diversos governos, políticas da época e claro, deixou para nós a história e o legado desses caminhões lendários, com um ronco inigualável. 

Criada por Getúlio Vargas, a “Fenemê” foi a primeira fábrica estatal de caminhões do Brasil. A princípio, tinha o objetivo de produzir motores de avião e ajudar no esforço de combate durante a Segunda Guerra Mundial.

Durante sua trajetória conturbada, os caminhões da FNM tiveram dois grandes modelos distintos, ambos de origem italiana: O FNM da Isotta Fraschini, com chassi e mecânica Isotta, e o FNM da Alfa Romeo, com chassi e mecânica Alfa Romeo. 

Se dividirmos a história dos FNM em duas temporadas, a primeira fase começa exatamente após a guerra, em 1949, quando a FNM firmou um acordo com a fabricante italiana Isotta Fraschini e passou a produzir seus veículos em território nacional. 

Embora a Isotta estivesse em falência, nasceu no Brasil o FNM D-7300, variação do seu D-80, que entrou para a história como o primeiro caminhão produzido no país. E chegou fazendo barulho por aqui, já que a maioria dos caminhões que circulavam em nossas estradas naquela época, eram movidos a gasolina e vinham dos Estados Unidos. 

No início dos anos de 1950, por exemplo, rodavam por aqui predominantemente, caminhões de pequeno e médio porte das marcas norte-americanas Chevrolet, Ford, Dodge, Fargo, Federal, Nash, Studebaker e International, além de alguns Austin, Aclo e Bedford (ingleses), Opel, Borgward e FK (alemães), e dos Citroën e Renault (franceses).

Apesar de também ter cabine bicuda, a Fenemê já chegou diferente: trouxe um motor a diesel de 6 cilindros e 7,3 litros com injeção direta, potência de 100 cv, transmissão de cinco marchas, freios hidráulicos e capacidade de sete toneladas de carga. 

Os modelos eram idênticos aos produzidos na Itália, a diferença eram as iniciais FNM na grade dianteira. Na época, ainda tinham apenas 30% de nacionalização. A cabine recuada deixava o capô saliente, o para-brisa era bipartido e, no interior, os instrumentos vinham no centro do painel.

Mas o que parecia ser um sonho para os caminhoneiros do país, virou uma decepção. Ainda no início dos anos 1950, houve uma dificuldade para a empresa brasileira. A Isotta faliu na Itália e suspendeu o envio de peças para o Brasil. Cerca de 200 veículos foram fabricados até a Isotta decretar falência e travar o negócio. 

Desfile de lançamento do primeiro caminhão fabricado no Brasil. 

É uma pena que não se tenha notícia de nenhum sobrevivente desse modelo. Para garantir que a empresa Fábrica Nacional de Motores continuasse produzindo, os governos brasileiro e italiano rapidamente encontraram outra empresa para dar seguimento à FNM: a Alfa Romeo, que iniciou a parceria em julho de 1950. 

De início os italianos forneceram os chassis e cabines de caminhões e chassis de ônibus, até que começasse a nacionalização três anos mais tarde. Nessa nova parceria, a FNM lançou, em 1951, o FNM D-9.500, que marcou a segunda fase da empresa, responsável por produzir dezenas de milhares de unidades no Brasil.

O raro FNM Isotta Fraschini D-7300 1949, apenas 200 unidades fabricadas, nenhuma sobrevivente conhecida. Na foto, placa de Carmo da Mata -MG.

A história dos FNM é muito importante para nossa indústria automobilística e em especial, para a rica história dos caminhões no país e esse foi só o começo. Ainda tem muita história sobre eles e você vai relembrar tudo aqui no Planeta. 

E aí, gostou de relembrar a história desse clássico? Mande aqui embaixo o nome do modelo que você quer saber a história, que a gente traz aqui pra você! Afinal, aqui é de quem gosta para quem gosta! 

FNM D-7300: O primeiro caminhão do Brasil