A ideia é que as duas empresas criem uma plataforma de frete onde caminhoneiros e máquinas revezem na rodagem das estradas do país. Foto: Divulgação Waymo
Parece que o uso de caminhões autônomos está avançando cada vez mais pelo mundo. Recentemente, a Uber e Waymo Driver, a unidade de transporte autônomo do Google, anunciaram que estão trabalhando juntas para colocar caminhões de carga sem motorista nas estradas dos Estados Unidos.
As empresas informaram que assinaram uma parceria estratégica de longo prazo, que permitirá a gestão de caminhões autônomos de modo mais eficiente para futuros clientes. Devido às longas distâncias entre as cidades daquele país, elas veem a condução autônoma como uma alternativa para cortar custos e minimizar riscos no setor de transporte de cargas, fundamental para a economia.
Para que isso possa acontecer, as empresas precisam unir suas tecnologias e experiências no mercado. Por isso, Waymo permitirá que sua tecnologia se entrelace com uma plataforma de frete do Uber que conecta caminhoneiros a remessas de uma nova maneira para os usuários agendarem fretes em aplicativos móveis.
Charlie Jatt, chefe de marketing para caminhões, disse em comunicado que "A rede de transportadoras e cargueiros do Uber e a tecnologia de comércio online são uma ótima combinação para a Waymo Driver".
As empresas disseram que a ideia é que, as transportadoras que comprarem caminhões equipados com sistemas Waymo possam optar por ter seus veículos implantados com "recursos autônomos" na rede de carregamento do Uber, e intercalar com as jornadas de caminhoneiros.
Mas, antes que os caminhões autônomos sejam permitidos nas rodovias americanas, eles precisam passar por vários testes, a fim de garantir que são realmente seguros. E isso a Waymo vem fazendo: a empresa está testando caminhões autônomos em vários estados dos EUA. Segundo o CEO da empresa, Lior Ron, a rede de frete digital eficiente, extensa e confiável do Uber é essencial para tornar realidade os caminhões autônomos.
Google e Uber fazem parceria para acelerar utilização de caminhões sem motoristas - Foto: Uber
A Uber e a Waymo também analisam juntas o potencial para a exploração de mercados onde o frete é facilmente transferido de caminhões autônomos para caminhões conduzidos por pessoas. As empresas ainda não informaram quando a parceria poderia ser utilizada por clientes pagantes, mas a Waymo disse que planeja lançar os primeiros caminhões totalmente autônomos "nos próximos anos", começando entre as cidades norte-americanas de Dallas e Houston.
De acordo com Ron, as duas empresas vislumbram um futuro em que os caminhões autônomos se tornem parte dos transportes de longa distância: “Nosso objetivo é aliviar parte da crescente demanda por frete e permitir que os motoristas façam a transição para empregos de curta distância”.
O software da Uber, chamado de Uber Freight, conecta caminhoneiros com transportadores para reduzir os custos de envio e as dispendiosas milhas com carga vazia. No ano passado, a empresa cresceu dentro do mercado de caminhões, quando adquiriu a empresa de logística Transplace por 2,25 bilhões de dólares.
Falta de motoristas profissionais nos EUA abre vagas para estrangeiros e vencimentos podem chegar a R$ 24 mil - Foto: Estradão
Essa não foi a primeira vez que os autônomos da marca apareceram por aí transportando carga. Em outubro de 2016, um dos seus caminhões levou uma encomenda de mais de 50 mil latas de cerveja da Budweiser. Também em 2018, o caminhão Uber Otto começou a operar para o transporte de mercadorias por meio de seu aplicativo, em locais bastante delimitados.
A notícia vem junto com a forte crise que o setor de transporte nos Estados Unidos segue enfrentando. O governo anunciou que abriria vagas para motoristas de caminhão estrangeiros, para tentar diminuir a falta de profissionais no setor. A crise no país e também na Europa vem aumentando.
Segundo as empresas do setor, que frequentemente divulgam dados que provam a baixa procura de profissionais, novos profissionais não se atraem pelo emprego devido ao custo/benefício. Segundo estimativas da American Trucking Association (ATA), a falta de motoristas chega a uma defasagem de 60 mil profissionais no País.
Comentarios