A 27ª edição da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), que será realizada até 29 de abril em Ribeirão Preto (SP), é especial para a Scania, que completará 65 anos de Brasil em julho e expõe pela primeira vez seu autônomo da Nova Geração de caminhões, o modelo P 280 8x4, que está na área de test-drive para que o público possa conhecer o novo produto.
No estande da Scania estão expostos os modelos R 500 6x2, R 540 6x4, G 410 6x4 XT (movido a gás e/ou biometano), R 410 6x2 (movido a gás natural liquefeito (GNL) e um motor de 13 litros DC13 072A (diesel) para grupos geradores de energia. Na área exclusiva da marca para testes de direção estão o autônomo e um modelo a gás e/ou biometano G 410 6x4 XT.
"A Scania está investindo muito forte no desenvolvimento de soluções alternativas ao diesel. Assumimos o compromisso de liderar a transição para um sistema de transporte mais sustentável e este autônomo é mais um passo nesta jornada", afirma Fabrício Vieira, gerente de Vendas de Soluções Off Road da Scania no Brasil.
"Este caminhão é vocacionado para o serviço de transbordo da cana e ajuda a reduzir possíveis perdas no processo de colheita. A automação é nível 2, ou seja, necessita da interação do motorista para realizar acelerações, frenagens e manobras", diz Paulo Genezini, gerente de Pré-Vendas da Scania no Brasil. "O veículo é completo, tem pneus de alta flutuação (mais largos) para não compactar a lavoura e utiliza a automação com georreferenciamento que, recebendo sinais do satélite, operará no trajeto desejado sem a intervenção do motorista ao volante, além de reduzir perdas por pisoteamento de plantas durante a colheita e oferecer significativa economia de combustível", completa Genezini.
Foto: Divulgação
O desenvolvimento do Scania autônomo da Nova Geração de caminhões surgiu como uma oportunidade para atender à demanda do mercado, que busca cada vez mais alternativas de gestão eficiente em aplicações fora de estrada. A primeira demonstração será realizada na Cocal, após a Agrishow, e seguirá até o final de 2022.
A gama do autônomo para transbordo tem opções do P 280 nas configurações de roda 6x4 e 8x4 movidas a diesel e também uma versão 6x4 a gás e/ou biometano.
"Quando comparamos nosso autônomo aos tratores, constatamos que o consumo de combustível se mostrou menor, propiciando a máxima produtividade agrícola, mais facilidade nas manobras, boa estabilidade em terrenos em declive e excelente vedação da poeira na cabine", explica Genezini. “A caixa de carga dispõe de capacidade nominal aproximada de 21,5 toneladas, equivalente a meia caixa do rodotrem. Nessa condição, durante as descargas, não sobrará restos no transbordo, o que reduzirá o risco de perda de cana pelo chão. As alternativas de bitolas são de 2,40m e 3 m e necessitam de consulta e análise da operação do cliente para colher duas linhas de cana."
O robusto eixo traseiro tem capacidade máxima de tração (CMT) para 150 toneladas. O peso bruto total (PBT - soma dos pesos do caminhão, do implemento e da carga em ordem de marcha) chega a 50 toneladas.
O autônomo Scania P 280 8x4 está equipado com caixa de câmbio automatizada Optcruise de 14 velocidades, sendo duas marchas superlentas, o que atribui excelente performance de aceleração para operar em perfeita sintonia com a colhedora de cana.
O motorista encontra um ambiente de trabalho ergonômico e confortável, banco com suspensão pneumática, ar-condicionado e a cabine está fixada ao chassi em quatro pontos com suspensão de mola, o que garante uma condução mais macia nos solavancos. Para uma melhor visualização da operação há dois espelhos retrovisores angulares, um no auxílio ao elevador da colhedora, durante o carregamento, e o outro na descarga junto ao rodotrem.
O que esperar em 2022
Foto: Divulgação
Para 2022, a Scania apresenta otimismo moderado nos mercados em que atua. As projeções para o mercado fora de estrada apostam em mais um ano forte na mineração, cana, construção civil e madeira. Em 2021, o volume Scania chegou a 1.007 unidades vendidas. Nos caminhões rodoviários pesados, o agronegócio continuará como principal impulsionador da demanda.
Nos motores, há tendência de alta para o segmento industrial e de manter o mesmo patamar de 2021 nos propulsores de geração de energia, com aumento da procura por soluções a gás. Já em Serviços, se projeta um novo ano recorde nas vendas dos programas de manutenção (PMS).
"Em 2022, pretendemos chegar a quase 70 mil veículos conectados, alta superior a 30%, inaugurar 15 pontos de atendimentos, continuar a padronização e digitalização da rede e elevar a participação de PMS nos veículos novos de 55% para 65%, sendo 70% deste total de planos flexíveis", salienta Pietro Nistico, gerente de Desenvolvimento da Rede Scania. "Queremos crescer na fidelização da carteira, pois nossa combinação de plano de manutenção e conectividade propicia uma economia operacional de até 25% nos custos de reparos e de 15% com combustível.
Linha Euro 6
A Scania terá grandes desafios, sendo que o principal será sedimentar o terreno para a chegada das linhas de caminhões e ônibus com tecnologia para atender aos requisitos da fase P8 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), ou Euro 6, a partir de 1º de janeiro de 2023.
A linha Euro 6 terá uma eficiência energética ainda melhor. Por falar neste tema, as pioneiras soluções a gás e biometano da Scania têm enorme potencial na cadeia sucroalcooleira e do agronegócio, justamente o palco da Agrishow. O biometano, combustível 100% sustentável, pode ser gerado de diversas fontes (vinhaça, restos de culturas agrícolas, fezes de animais e resíduos da agroindústria e do lodo sanitário urbano).
A ABiogás (Associação Brasileira do Biogás) está animada com o crescimento da cadeia de biogás e biometano neste e nos próximos anos. Projeções falam da atração de investimentos privados de R$ 300 milhões para 16 projetos com potência total de 29 MW. Para a entidade, o potencial do biometano no Brasil pode chegar a mais de 100 milhões de metros cúbicos/dia, o que poderia substituir quase 70% do diesel consumido, sendo 45% vindo da cana-de-açúcar.
Marina Pádua
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