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Preços de Usados: valores vão subir mais ou vão cair?

Preços de Usados: valores vão subir mais ou vão cair?

As vendas dos usados tiveram alta de 48% no primeiro semestre deste ano, segundo a Fenabrave

 

Já não é novidade que os preços dos veículos usados estão nas alturas, às vezes com pouquíssima diferença em relação a um zero. A longa espera por veículos novos tem levado consumidores a buscar seminovos disponíveis a pronta entrega - o que tem feito com que caminhões já rodados estejam mais caros do que exemplares zerados, dependendo do ano e do modelo. Isso tem despertado preocupação dos especialistas do setor, que ainda não enxergam uma baixa significativa. Em 2022 a situação pode até melhorar, mas ainda não voltará ao normal.

As negociações de pesados usados tiveram um boom neste ano, ocupando espaço dos modelos novos que sumiram das lojas em razão da falta de chip para a produção. Com demanda em alta, há uma escalada de preços que não se via desde o Plano Cruzado (nos anos 1980). Embora o segmento também já registre falta de produtos, as vendas de caminhões usados no primeiro semestre aumentaram. Foram licenciados 35.862 caminhões, alta de 48% em relação ao mesmo período de 2020.  

Avaliando todos os tipos de veículos, em outubro, as vendas de usados tiveram queda de 8,5% em relação a setembro. Porém, no acumulado do ano, houve aumento de 28,9% em relação aos primeiros dez meses de 2020. Alguns fatores que dificultam a compra de pesados 0 km ainda incomodam o mercado, já que previsão é de que a falta de semicondutores deve se manter pelo menos até meados de 2022.

Caminhões seminovos

A venda de caminhões usados disparou no primeiro semestre deste ano, devido a alta na demanda. Por causa da redução da oferta de caminhões 0 km, as vendas de seminovos se mantêm em crescimento, já que a indústria enfrenta um gargalo na produção de novos, devido a falta de componentes. Há diversos modelos que não estão sendo entregues no prazo estimado pelo cliente.

Na necessidade de adquirir um caminhão, o comprador se vê diante de um mercado pouco favorecido para veículos novos e acaba optando por um seminovo. Essa mudança no mercado impulsionou as vendas de usados, resultando numa alta de 58% no acumulado do ano, de acordo com dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Quem atua nesse setor afirma que a valorização do usados supera os preços praticados por veículos novos no mercado: ”Os preços subiram 40% em relação ao mesmo período do ano passado. É um mercado bem ‘esquisito’ se pensarmos no preço, mas para quem precisa do caminhão, a agilidade é fundamental. Pagar mais caro pode valer mais do que esperar, para começar a atender os clientes que o trabalhador possui”, diz Alcides Cavalcanti, diretor comercial da Volvo Caminhões e Ônibus.

Mas, quando o preço vai cair?

O valor dos veículos vem subindo gradativamente desde o início da pandemia. Para diversos especialistas, ainda é muito difícil garantir que os preços vão voltar ao que eram anteriormente. De acordo com Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), ainda não há uma previsão de quando haverá alívio no preço dos carros ao consumidor.

Ele explica que não é somente a falta de condutores que está causando essa mudança no mercado, mas a soma de uma série de fatores como combinação a alta do dólar, a desvalorização do real, o aumento no custo de materiais como borracha, resinas e aço, também contribuem para a alta. Esses fatores impedem que as empresas façam alguma previsão para a redução ou normalidade no preço desses veículos no mercado: “Em termos de custos, não vejo em pouco tempo uma alteração estrutural que permita redução nos valores finais. Talvez, baixe apenas na metade de 2022”, declarou Luiz Carlos.

Todos esses entraves dificultam as projeções mais efetivas e até mesmo, impedem que o mercado se torne mais competitivo, o que é muito importante para o setor automotivo. Mas, apesar de incerta a previsão de normalidade no preço dos caminhões no país, a ideia que se mantém forte é de que o cenário onde era possível encontrar veículos mais básicos zero km custando R$ 150 mil não deve voltar.

Apesar das dificuldades, as perspectivas do setor ainda se mantêm positivas: estimativas da Anfavea mostram que a produção de caminhões pesados deve crescer 23% em 2021, mesmo com os desafios enfrentados no país, em relação às consequências da covid-19. Os problemas enfrentados pelo setor podem atrasar esse crescimento, mas, ao que tudo indica, enquanto as matérias-primas necessárias para a produção estiverem enfrentando um bom momento, as montadoras terão “um bom problema”: atender a uma demanda que cresceu e deve continuar crescendo.




Presidente da Anfavea declarou que valores cobrados podem começar a ter uma baixa apenas a partir do segundo semestre de 2022.

Direto da Redação do Planeta Caminhão

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