Produção e vendas de caminhões sofrem revisão em expectativa, mas seguem no positivo
Mesmo com a toada de crescimento, a indústria brasileira de veículos reduziu nesta semana as expectativas sobre o mercado interno e externo para este ano, que vem sendo atingido por problemas que variam de falta de suprimento de peças até logística de contêineres, apesar de registrar demanda firme por parte de grandes clientes como locadoras de veículos e outros trabalhadores do transporte.
Os dados foram divulgados pela pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O setor havia feito em julho uma previsão para a produção com alta de 22%, que precisou ser revista para um crescimento de 6% a 10%, o que equivale a 2,13 milhões e 2,22 milhões de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus. As montadoras, representadas pela Anfavea, afirmam ter capacidade para produzir cerca de 5 milhões de veículos por ano no país.
Já a estimativa para as vendas foi revista, de alta de 13% para o intervalo entre queda 1% a crescimento de 3%, algo entre 2,04 milhões e 2,12 milhões de veículos. Segundo a instituição, há uma grande quantidade de veículos incompletos em pátios de fábrica, faltando itens como pneus, semicondutores e outras peças. Por isso, eles afirmam que é difícil fazer uma previsão certeira com o mercado atual e seguem trabalhando com dois cenários.
Em relação ao licenciamento de veículos, a expectativa foi reduzida de 15% para 13%, o que corresponde a 2,32 milhões de unidades, com corte maior no segmento de automóveis, cuja expectativa de aumento caiu pela metade: de 14% para 7%. Os emplacamentos de caminhões também tiveram sua previsão revista para cima, uma alta de 13% para crescimento de 36%, o que representa 122 mil veículos, em meio à demanda por modelos pesados que vem do agronegócio e setores extrativistas, como mineração.
Já a expectativa de produção dos brutos foi reduzida de 25% para 22% até o final do ano, somando 2,46 milhões de unidades, com o crescimento esperado de montagem de veículos pesados passando de 23% para 42%. Em um balanço geral, a revisão foi contida pelo segmento de comerciais leves, formado por picapes, SUVs e vans. Neste caso, a Anfavea melhorou a projeção de alta de 18% nas vendas neste ano para aumento de 33%, a 450 mil unidades.
Segundo divulgado pela Anfavea, no primeiro semestre, a indústria nacional deixou de produzir entre 100 mil e 120 mil veículos, com impactos maiores decorrentes da falta de fornecimento de chips sendo sentidos pelo segmento de automóveis. O efeito na produção e vendas de caminhões ainda é pouco comparado aos veículos leves. Os dados sobre as expectativas de crescimento são importantes para que o setor possa buscar estímulos e aquecer não só as indústrias, como também os transportes e logísticas.
Agronegócio e setores extrativistas, como mineração, aquecem produção e venda de pesados.
Direto da redação do Planeta Caminhão
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