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EURO 6: Quando essa tecnologia vai chegar no Brasil?

EURO 6: Quando essa tecnologia vai chegar no Brasil?

Nova regulamentação para emissão de poluentes em veículos à diesel está prevista para 2022

Está cada vez mais em alta as discussões sobre a necessidade de diminuir as emissões de carbono, principalmente da parte do setor de transportes. Atualmente há uma legislação abrangendo o tema, mas muitas discussões ainda estão em curso, já que o Brasil ainda está com um pezinho atrás no que diz respeito à tecnologia sustentável.

Quando falamos sobre regulamentações que tentam reduzir a emissão de poluentes causada por veículos, claramente os países da Europa estão muito à frente nas tecnologias para esses fins e desde 2014 seguem a norma EURO 6. Atualmente, no Brasil, ainda vigora as regras no modelo EURO 5, que já exigiram altos investimentos dos fabricantes.

Ainda em 2018, o CONAMA divulgou em Diário Oficial, a resolução 490, que institui novos limites de emissão de gases poluentes de veículos comercial de motores a diesel. Essa seria a oitava fase do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE), equivalente a norma EURO 6. De acordo com o órgão, as novas regras entrarão em vigor a partir de 1° de janeiro de 2023 para veículos em produção. Enquanto, para a homologação de modelos novos, a data será a partir de 1° de janeiro de 2022

Já falamos sobre esse assunto em 2018, quando fizemos um vídeo para o Youtube. Para adaptar os motores às exigências das leis, os fabricantes desenvolveram pelo menos dois diferentes sistemas de redução de poluentes: o EGR (Exhaust Gas Recirculation) e o SCR (Selective Catalytic Reduction). Ambos trabalham com o objetivo de reduzir a emissão de gases nocivos na atmosfera, mas funcionam de maneiras diferentes.

As tecnologias EGRs estão presentes em vários motores menores, que dispensam o uso de arla, mas tem um sistema de circulação de gases e que na maioria das vezes não aceita bem o uso de Diesel ruim ou adulterado. E tem o SCR, que usa o ARLA, um sistema de pós tratamento que resolve a redução de poluentes no sistema de escapamento.

Mas, o que é a EURO 6?

E aí vem a novela do EURO 6. Para seu funcionamento no Brasil, ele vai exigir as duas tecnologias juntas, e as emissões serão reduzidas drasticamente. Mas todo esse custo de desenvolvimento e todo equipamento adicional para que ela funcione e que o caminhão terá que carregar, vai pesar mais ainda no bolso de quem comprar um caminhão novo. 

Esse conjunto de regras visa reduzir a emissão de poluentes por veículos movidos a diesel, é a sucessora da EURO 5, norma que ainda serve de base para a regulamentação brasileira. A EURO 6 prevê limites mais rígidos no controle desse tipo de poluição, o que acarreta uma série de adaptações, tanto por parte das montadoras quanto dos motoristas. Comparada à regulamentação anterior, a norma EURO 6 prevê uma redução de 72% na emissão de hidrocarbonetos, fixando o limite em 0,09 gramas para cada cavalo de potência, por hora de funcionamento do motor.

Em relação a emissão de enxofre, o limite passa de 0,02 ppm para 0,01 ppm (partes por milhão), e o óxido de nitrogênio (NOx) não deve ser emitido em quantidade maior do que 0,29 g/cv — 80% menos do que a norma seguida pelo Brasil estabelece. Outra exigência é o uso de um combustível mais limpo, como o diesel S-10.

Por que é tão difícil ser implantado no Brasil?

A implementação da norma EURO 6 no Brasil é um desafio pelos mais variados motivos. Vamos entender os principais:

Tecnologia avançada - A norma Euro 5 está em vigor no Brasil há apenas cinco anos, e desde a sua implantação vem enfrentando uma série de dificuldades. Uma nova transição entre modelos pode resultar em situações semelhantes, já que vai ser exigido ainda mais dos sistemas antipoluição dos motores. A atualização dos motores para essa norma geraria custos adicionais de produção, que dificilmente ocorrem em momentos de incerteza econômica, como o que atravessamos atualmente.

Realidade da Infraestrutura Brasileira - Não há dúvidas entre os especialistas que os parâmetros utilizados para a implementação precisam ser adequada ao cenário brasileiro. O desempenho dos motores é um dos principais fatores que precisam ser ajustados, visto que nossa legislação permite um PBTC (Peso Bruto Total Combinado) maior do que o dos países europeus.

Outro ponto importante é a diferença de condições entre as estradas brasileiras e europeias. Devido a nossa infraestrutura, os veículos no Brasil precisam ser mais robustos, o que impacta na potência, no consumo e na tecnologia empregada.

Burocracia que atrasa o processo de aprovação da lei - A burocracia é um dos maiores problemas a ser enfrentado, já que no Brasil tudo anda a passos lentos no setor legislativo exatamente por esse motivo. Sem evolução nas discussões sobre a implementação da norma Euro 6, falta também estímulo para que as montadoras iniciem os trabalhos de implementação das novas regras.

Se não houver novidades com relação às solicitações feitas pelas entidades ao governo, os caminhões novos devem atender ao Euro 6 ou Proconve 8. Os caminhões que já estão em produção poderão ser vendidos durante todo o ano de 2022. Mas a partir de 2023 todos têm que atender à nova legislação. Embora ainda haja incertezas sobre o prazo, é fundamental que os profissionais em reparação de motores diesel comecem a se preparar desde já. Afinal, quando a nova regulamentação for aprovada, quem já tiver conhecimento sobre as novas regras sairá na frente dos demais.

Direto da redação do Planeta Caminhão 

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