Empresas especializados em cadeia fria precisam estar ainda mais atentos a todas as medidas de segurança, principalmente no transporte de medicamentos, alimentos e outros produtos que podem perder suas propriedades se expostos à altas temperaturas
O Brasil vem enfrentando, nas últimas semanas, uma onda de calor que tem feito com que as temperaturas em diversas regiões ultrapassem diariamente - e facilmente - os 30ºC. O transporte de produtos que necessitam de temperatura controlada, conhecido como cadeia fria, é fundamental para garantir a integridade e a segurança de alimentos, medicamentos, insumos hospitalares e outros itens sensíveis ao calor e por isso, precisa seguir regras rígidas, estabelecidas por órgãos reguladores.
Com o verão ainda longe de acabar e o histórico de 2024, que de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) foi o mais quente dos últimos 64 anos, os operadores logísticos precisam redobrar as atenções no transporte de cargas que podem sofrer avarias comas variações bruscas de temperatura, evitando não só perdas financeiras, mas também, riscos à saúde. Para suprir as demandas desse segmento, empresas têm desenvolvido soluções que vão além do baú refrigerado ou dos sistemas de refrigeração e congelamento.
Ricardo Canteras, diretor Comercial e de Tecnologia da Temp Log, operadora logística de cadeia fria no Brasil especializada em produtos para a medicina estética, destaca que independente da área de atuação, a prioridade” número um” das empresas de transporte de cadeia fria, é assegurar que os produtos de alta necessidade cheguem com qualidade aos consumidores e quanto mais soluções cumprirem essa missão, melhor para o mercado.
“Muitos medicamentos e produtos de saúde são termossensíveis e precisam dessa atenção ao longo de todo o processo logístico, seja no armazenamento, no fracionamento ou no transporte. Para isso, precisamos de soluções modernas de controle, manuseio cuidadoso e entregas rápidas, não importa o destino”, conta. O executivo reforça que a qualidade do serviço de logística na cadeia fria, principalmente nesses momentos em que o ambiente passa por picos extremos de temperatura - seja frio ou calor -, pode ser determinante até mesmo para o bem-estar das pessoas.
Canteras pontua que alguns dos principais aliados nesse sentido, são as embalagens e os veículos com isolamento térmico, que são projetados para controlar e manter as condições de temperatura. São utilizados também os veículos refrigerados, normalmente na última milha. Porém, complementa que nenhuma das medidas tecnológicas será 100% eficaz sem um mapeamento térmico eficiente e frequente, que vá mostrar ao operador logístico quais são as áreas mais críticas da rota.
“A partir desse mapeamento podemos saber com mais exatidão quais equipamentos e soluções são necessários para que aquela entrega ocorra da melhor forma. Claro que em alguns momentos a mudança de clima é repentina, mas se o mapeamento já estiver feito, todas as análises concluídas, já temos uma visão melhor de quais áreas são mais complexas e podemos adaptar nosso processo com muito mais rapidez. Ou seja, podemos prestar o serviço com qualidade, agilidade e segurança”, complementa Canteras.
Exigências para o transporte de cadeia fria
O primeiro requisito para garantir um transporte seguro é o uso de veículos equipados com sistemas de refrigeração ou congelamento, que mantêm a temperatura adequada de acordo com o tipo de carga transportada. No caso de medicamentos e vacinas, por exemplo, a temperatura precisa ser monitorada continuamente, pois variações podem comprometer sua eficácia. Já para alimentos perecíveis, como carnes, laticínios e produtos congelados, há exigências para que a temperatura permaneça estável durante todo o percurso.
Além do controle térmico, os veículos precisam ser devidamente certificados e inspecionados regularmente. Empresas que realizam esse tipo de transporte devem seguir as normas da RDC 430/2020 da Anvisa, que estabelece diretrizes para a distribuição, armazenamento e transporte de medicamentos e produtos de saúde. O não cumprimento das normas pode resultar em multas, apreensão da carga e até interdição da operação..
A carga também precisa ser bem acondicionada, utilizando embalagens térmicas, caixas isotérmicas e materiais refrigerantes, como gelo seco ou gel térmico, para garantir que a temperatura ideal seja mantida mesmo em casos de falhas no sistema de refrigeração do veículo. O investimento em boas práticas na logística de cadeia fria não só evita perdas financeiras, mas também protege a saúde da população e garante a qualidade dos produtos transportados.
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