Os bicudos já foram a maioria nas estradas do país, mas foram substituídos pelos modelos “cara-chata” devido a legislação, deixando saudade nos caminhoneiros do país

Durante um bom tempo, os caminhões “bicudos” dominavam as estradas brasileiras. Até o começo dos anos 2000, modelos com essa característica ainda estavam sendo fabricados por aqui e eram os preferidos entre os caminhoneiros. Nesse tempo, caminhões como Scania 111 Jacaré, Scania 113, Volvo NL12, MB 1635, Volvo NH12, Scania 124, Mercedes 1113 entre outros, se tornaram verdadeiras lendas do transporte.

Porém, devido a diversas mudanças na legislação de trânsito, relacionada ao tamanho dos pesados, os modelos de cabine avançada, ou seja, os caminhões “cara chata” começaram a ganhar mais espaço nas transportadoras e montadoras, já que a medição do veículo é feita do início do cavalo mecânico até o final da carroceria da carreta.

Conforme a Lei Nº 9.503/1997, somente veículos cujo peso e dimensões atendam aos limites estabelecidos pelo CONTRAN podem transitar pelas vias terrestres. Com os limites definidos, as montadoras decidiram que, para o caminhão transportar mais carga utilizando uma carreta maior, a opção seria encurtar a cabine, deixando de fabricar os bicudos e focando nos “cara-chata”. 

Mas, mesmo após mais de 20 anos dessa mudança, os bicudos ainda estão entre os mais queridos dos caminhoneiros e até hoje são lembrados quando o assunto é caminhão preferido. Não à toa, muitos modelos bicudos ainda são vistos rodando pelas estradas do país e deixaram saudades entre os transportadores. Nesse texto, vamos relembrar alguns dos modelos que fazem falta por aqui. Confira. 
 

Volvo NH

A linha NH foi a última dos bicudos da Volvo. Lançada em 1999, chegou para substituir a linha NL, até então, um sucesso absurdo aqui no Brasil. Seu período de fabricação foi curto, pois durou até 2006 e se comparado aos modelos antecessores, não teve tanto sucesso. Mas deixou um legado: o Volvo NH12, com motor de 12 Litros, nas opções de 380 e 420 cv, além do tradicional estilo de cabine semi-avançada, mas com total atualização no design, muito semelhante aos modelos VN da Volvo Norte Americana. 
 

Scania T124

O cavalos mecânico Scania T124 fez parte de uma das mais emblemáticas séries da Scania, a série 4, que teve a responsabilidade de substituir os clássicos 113, trazendo um design mais moderno, além de um novo motor 12 litros, a era do eletrônico, a volta do V8, e os últimos de cabines recuadas da marca. O modelo trazia duas opções de motores para os caminhões, com potências entre 320 e 420 cv, e opções de tração 4x2, 6x2 e 6x4. Até hoje é bastante lembrado entre os fãs da marca. 
 

Mercedes-Benz 1935

Também chamado de "Mula", o Mercedes-Benz LS-1935 se tornou um ícone das estradas e durante oito anos, esteve entre os caminhões pesados mais emplacados no mercado. Chegou no mercado brasileiro inovando com o freio motor top brake, até hoje item de fábrica da marca. O modelo substituiu o LS-1634 e preparou o terreno para Axor e Actros. Seu sucesso foi tão grande, que a marca teve um crescimento nas vendas de 120% após o lançamento do modelo, que teve mais de 19 mil unidades vendidas. Mesmo após 25 anos do encerramento de sua fabricação, ainda é um dos bicudos mais lembrados do Brasil. 

Scania 113

O modelo foi o primeiro caminhão da marca a vender mais de 26 mil unidades e só perdeu o posto de mais vendido em 2017 para o Scania R440. Lançado em 1991, com novos motores, uma nova caixa de mudanças e um amplo conjunto de inovações tecnológicas, os caminhões da Série 3, ofereciam inicialmente, potências de 320 cv, e com as diversas mudanças que passou durante o tempo que esteve em produção, chegou a 450 cv, as maiores do mercado até então. Até hoje, é apontado pelos caminhoneiros como as manutenções mais baratas do que o comum para caminhões.

International 9200

Um caminhão norte-americano em estradas brasileiras? Sim! O modelo foi fabricado entre 1998 e 2000 e apesar do pouco tempo no mercado e das poucas unidades vendidas, deixou sua marca na história do transporte do país. Com 30% de nacionalização, vinha nas opções de cavalo-mecânico 6×2 ou 6×4, com 45 t de PBT, foram vendidos cerca de 2.623 caminhões International no Brasil. Hoje não existem mais bicudos norte-americanos rodando no Brasil, por isso, deixaram muita saudade em quem pôde ter o prazer de dirigir uma nave dessa.

Podemos listar muitos outros modelos icônicos aqui, mas queremos sua participação: além desses, qual bicudo faltou nessa lista? Qual bicudo mais te deixa saudade? Comente aqui e participe com a gente! Até a próxima!