A expansão significativa do setor agrícola teve um impacto direto na demanda por veículos de transporte em 2023. A estimativa é de crescimento para os próximos anos.

O mercado de caminhões no Brasil enfrentou desafios significativos em 2023, encerrando o ano com uma queda expressiva de 24% nas vendas, conforme uma revisão da Fenabrave. Essa redução foi influenciada principalmente pela implementação das normas Euro 6, que implicaram em adaptações e novas tecnologias nos veículos, fazendo com que o preço dos caminhões aumentasse em até 30%. 

Ainda assim, o setor mostrou sutis sinais de recuperação, puxado principalmente pelo agronegócio. Na contramão do mercado como um todo, o segmento respondeu por quase 45% das vendas de caminhões no país e mesmo com o pequeno crescimento apresentado em 2023, fabricantes e concessionárias apostam em números mais robustos na venda de caminhões pesados em 2024. 

Isso porque a safra 2022/2023, colhida em agosto, superou a marca de 322 milhões de toneladas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esse volume corresponde a um aumento de 18,4% em relação ao ciclo anterior, aumentando a estimativa para um novo crescimento na safra 2023/2024, que começa a ser plantada agora. O Brasil é o maior produtor mundial de soja e o terceiro produtor e exportador mundial de grãos.

Com toda essa demanda, fabricantes de caminhões estão reforçando suas apostas no agro como alavanca de negócios, mesmo diante de aperto no crédito e com veículos mais caros. Dos 10 modelos de cavalos mecânicos mais vendidos no Brasil em 2023, 6 são usados principalmente no agronegócio. O modelo mais vendido do Brasil, o Volvo FH 540 6×4, por exemplo, é para formar composição com bitrem 9 eixos e rodotrem.

A DAF Caminhões foi uma das fabricantes que mais cresceu no mercado durante 2023. Enquanto o mercado total de caminhões caiu 16,4%, a DAF aumentou sua participação em 22,8%. A aposta da marca para alcançar esses números foi o DAF XF 530, vice-líder de vendas no segmento de pesados, se consolidando principalmente no agronegócio, com forte presença no mercado agrícola. 

Mais de 60% do transporte de toda a produção e consumo do agronegócio no Brasil é feito através das rodovias do país, segundo dados da CNT (Confederação Nacional dos Transportes).Nesse contexto, todo o setor de transporte deve se preparar para atender a maior demanda, seja os transportadores, fabricantes de caminhões, de implementos rodoviários, além das empresas que atendem essas indústrias.