Ano de 2023 termina com alta nas vendas de veículos como um todo, produção estável e exportações em queda. Para 2024, ANFAVEA projeta maiores volumes em todos os indicadores
O mercado automotivo mostrou recuperação a partir de agosto e começa um novo ano com boas expectativas. É o que aponta o balanço estimado do setor em 2023, divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), juntamente com algumas projeções para 2024. De acordo com o órgão, o ano que se encerrou foi marcado por aumento relevante no mercado interno, estabilidade na produção e queda nas exportações. Para o próximo ano, a estimativa é de mais um degrau de crescimento, não só de vendas, mas também nos outros dois principais indicadores da indústria automobilística.
Mercado interno – Depois de um primeiro semestre aquém do esperado, houve um relevante aumento no ritmo de vendas de veículos a partir de agosto, atingindo média de 10,6 mil unidades/dia em novembro. O ano deverá fechar com 2,29 milhões de emplacamentos, alta de 8,8% sobre 2022, acima dos 6% projetados pela entidade.
Em relação aos caminhões, o ano foi marcado pela transição do P7 para P8, com impacto significativo no 1º semestre e fechou com queda de 37% na produção. Já em relação aos ônibus, houve crescimento em função da renovação das frotas urbanas e rodoviárias, com forte impacto do Programa Caminhos da Escola de 2022.
No segmento de pesados, os ônibus tiveram surpreendente crescimento de 18,8% no ano, graças sobretudo à maior demanda por modelos de uso rodoviário. Já os caminhões, conforme o previsto, registraram queda de 15,2% após a forte antecipação de compras ocorrida em 2022, na esteira da nova fase de legislação de emissões que elevou os custos dos produtos.
Para 2024, a Anfavea projeta vendas de 2,450 milhões de veículos, uma elevação de 7% sobre 2023. Na divisão por grandes segmentos, espera-se alta de 6,6% para automóveis e comerciais leves, e de 14,1% para veículos pesados.
Produção – Apesar do crescimento do mercado interno, a produção recuou 0,5% no ano, em função da queda nas exportações e do aumento relevante das importações. A estimativa, faltando poucos dias para o encerramento do ano, é de uma produção acumulada de 2,359 milhões de veículos.
Para o próximo ano, a expectativa da Anfavea é para um crescimento de 4,7% neste volume, o que representa 2,470 milhões de unidades produzidas. "Precisamos de todo o esforço conjunto das empresas e da sociedade para aumentar nossa produtividade, mas acredito que só em 2026 recuperaremos os níveis registrados antes da pandemia", afirmou o Presidente Márcio de Lima Leite.
Exportações – Depois de um 2022 de forte crescimento, os embarques neste ano recuaram 17%, com 399 mil unidades. Além do encolhimento no mercado doméstico de importantes destinos, como Chile e Colômbia, houve uma sensível perda de participação dos produtos brasileiros na Argentina, nosso principal parceiro comercial, a ponto de ele ser superado pelo México pela primeira vez na história.
Se os modelos nacionais ainda tivessem a participação de 49% no mercado argentino, como há quatro anos, teríamos vendido 95 mil unidades a mais neste ano, já que houve crescimento daquele mercado. Porém, a fatia brasileira caiu para 27%. Para 2024, a projeção da Anfavea é de exportações totais de 407 mil unidades, leve alta de 2% na comparação com 2023.
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