Desde o começo de 2023, o mercado brasileiro de caminhões está atuando dentro das especificações do sistema EURO 6, um conjunto de normas regulamentadoras sobre emissão de poluentes para motores diesel. O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), órgão responsável por esse tipo de regulamentação no Brasil, até 2023 ainda baseava suas normas no sistema anterior, o EURO 5. A Europa é pioneira na implementação de novas políticas nessa área, o que faz com que elas sejam conhecidas por aqui pelo nome de EURO. No velho continente, o sistema EURO 6 está vigente desde 2014.
A tecnologia Euro 6, que está sendo implementada nos caminhões, com foco em reduzir as emissões de poluentes e melhorar a eficiência dos motores a diesel, promove uma mudança significativa na frota de caminhões brasileira. Segundo dados de 2023, da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), caminhões com motor Euro 6 representaram 22% das vendas no Brasil, dos 52.547 caminhões emplacados neste primeiro semestre, 11.965 são Euro 6.
O que explica esse aumento de caminhões com tecnologia avançada de motor é a conscientização sobre a questão da sustentabilidade. As empresas e transportadoras estão gradualmente adotando veículos equipados com essas inovações. Neste contexto, a tecnologia Euro 6 além de contribuir para um ambiente mais limpo e saudável, fortalece uma indústria de transporte mais competitiva e sustentável.
Explicando de forma simples, o Euro 6 torna os caminhões mais ecológicos, pois reduz a quantidade de poluentes lançados na atmosfera, como o óxido de nitrogênio (NOx) e partículas de diesel. Além disso, devemos ressaltar que esse tipo de veículo consome menos combustível, o que é bom para o meio ambiente e vantajoso para os proprietários, principalmente empresas de transporte que têm um alto consumo mensal.
Realidade da Infraestrutura Brasileira - Não há dúvidas entre os especialistas que os parâmetros utilizados para a implementação precisam ser adequada ao cenário brasileiro. O desempenho dos motores é um dos principais fatores que precisam ser ajustados, visto que nossa legislação permite um PBTC (Peso Bruto Total Combinado) maior do que o dos países europeus. Outro ponto importante é a diferença de condições entre as estradas brasileiras e europeias. Devido a nossa infraestrutura, os veículos no Brasil precisam ser mais robustos, o que impacta na potência, no consumo e na tecnologia empregada.
Em tecnologia e transportes, a indústria brasileira vai ainda além do Euro 6. As montadoras trabalham também com inovações de telemetria e Internet das Coisas (IoT), que permitem que os caminhoneiros monitorem em tempo real o desempenho de seus veículos. Todos esses recursos proporcionam maior eficiência operacional, economia de combustível e manutenção preventiva, garantindo viagens mais seguras e rentáveis.
A telemetria avançada, combinada com a IA, por exemplo, está revolucionando o monitoramento de veículos. Agora, os motoristas podem prever falhas mecânicas antes que aconteçam, economizando tempo e dinheiro e as empresas que incorporam essas tecnologias garantem maior segurança e a eficiência das operações.
À medida que a tecnologia Euro 6 e outras inovações continuam a moldar o cenário do transporte no Brasil, fica claro que estamos vivenciando uma transformação profunda e positiva. O aumento na adoção de caminhões mais modernos é um testemunho da mudança de paradigma e o compromisso por parte de caminhoneiros e empresários do setor com a sustentabilidade e a eficiência.
Mas a inovação na indústria de transporte segue avançando com a telemetria e a IoT, que estão elevando ainda mais o patamar de eficiência e de segurança. Desta forma, podemos antever um futuro com transporte mais limpo, econômico e sustentável.
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