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Diferença de preços da Petrobras balança o mercado de combustíveis no Brasil

Diferença de preços da Petrobras balança o mercado de combustíveis no Brasil

Nova política adotada pela estatal provocou reações em postos de todo o país e apesar de aparente normalização, ainda vai refletir nos custos

Em maio deste ano, a Petrobras lançou uma nova política de preços, que segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), estabelece uma redução de 1% e 9% nos preços da gasolina e do diesel na refinaria, e respectivamente, na bomba. A mudança se dá pois a estatal já vinha mantendo valores próximos de estratégias já utilizadas nas vendas. 

Por seis anos, a Petrobras trabalhou com uma política que favorecia importadores denominada de política de paridade de importação, que para os olhos da empresa era vantajoso o custo de importação apresentava ser maior do que o custo da produção nas refinarias. Porém, nesse período, os preços dos combustíveis chegaram a altas de 10% a 12,5%, impactando durante os custos de transporte e de itens básicos. 



Para a ANP, a saída encontrada pela Petrobrás para diminuir essa variação, foi estabelecer um outro parâmetro. Foi estabelecido que os novos preços para as distribuidoras estariam num intervalo entre o maior valor que um comprador poderia pagar, antes de procurar outro fornecedor e o menor valor que a estatal pudesse praticar na venda mantendo o lucro. Entretanto, a defasagem no preço dos combustíveis pode dificultar o abastecimento do diesel no mercado.

Cidades no Estado de Minas Gerais, por exemplo, apresentaram falta de diesel em alguns postos, segundo informado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Minaspetro). Segundo o órgão, a falta ocorreu porque as distribuidoras estavam cortando pedidos, provavelmente devido à defasagem do preço nacional em comparação com os valores praticados no mercado internacional. Em regiões do interior ou redes/postos de marca própria podem sentir o reflexo antecipadamente nas grandes capitais.
 

"Recebemos informações de casos de restrições para comprar diesel S500 em  Rondônia; Pará; Minas Gerais; Mato Grosso; Paraná; Santa Catarina, mas ainda têm encontrado. Só que a situação pode ser pior no caso do diesel S10, pois recebemos relatos de cortes no fornecimento em 11 unidades da Federação: Rondônia; Pará; Tocantins; Rio de Janeiro; Distrito Federal; Mato Grosso; Mato Grosso do Sul; Goiás; Paraná; Santa Catarina; Rio Grande do Sul". comenta Raquel Serini, Coordenadora de Projetos e Economista do Instituto de Paulista do Transporte de Cargas (IPTC).

Na última terça-feira (15), foi anunciado pela Petrobras os novos preços da gasolina e do diesel, que passaram a ser de R$ 0,41 para a gasolina e de R$ 0,78 no diesel. A valoração que será passado pelas bombas sofrerá também com impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda. Segundo a Petrobrás, o movimento acontece devido à implementação da estratégia comercial, em substituição à política de preços anterior, incorporando parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística.

Em um primeiro momento, isso permitiu que a empresa reduzisse seus preços de gasolina e diesel e, nas últimas semanas, mitigou os efeitos da volatilidade e da alta abrupta dos preços externos, propiciando período de estabilidade de preços aos seus clientes. Para o Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC SP) ainda assim, pela consolidação dos preços de petróleo em outro patamar, e estando a produtora no limite da sua otimização operacional, incluindo a realização de importações complementares, alega ser necessário realizar ajustes de preços para ambos os combustíveis, visando reequilíbrio com o mercado e com os valores marginais para a Petrobras.

No caso da gasolina a última alteração divulgada foi em 01 de julho de 2023, com uma redução na ordem de -5,3%, comercializada a R$ 2,52 por litro. Com a determinação recente, é comercializado a R$ 2,93 com um aumento de R$ 0,41 por litro representando alta de 16%. Em 2023, foram 6 reajustes para a gasolina, sendo 2 aumentos e 4 reduções. Já para o diesel foram 6 reajustes, sendo 1 aumento e 5 reduções, mas longe de ser na mesma proporção.

O IPTC vem monitorando de perto essas oscilações do mercado, mesmo com as reduções consecutivas o diesel ainda acumula uma alta de 13,59% de janeiro/2022 a agosto/2023 nas refinarias. Com a gasolina o movimento foi inverso, mesmo com o último aumento o combustível acumula uma variação negativa de -5,18% nas refinarias. Percebe-se que o diesel ainda tem uma grande margem para reduzir o preço.
 

IMPACTO NOS CUSTOS DE TRANSPORTE

Considerando o aumento anunciado para entrar em vigor hoje (16), na ordem de 26%, isso elevará os custos do transporte de cargas lotações em 5,60% na média geral, sacrificando mais as operações de longas distâncias (6000 km). Já para as operações de carga fracionada o impacto médio é de 2,61%.

"Nesse caso, toda e qualquer majoração, deve ser avaliada e repassada pelas empresas, a fim de estabelecer o equilíbrio financeiro de suas atividades, mesmo que não haja previsão anteriormente mencionada em contrato, a empresa pode solicitar uma nova negociação através da formalização de uma proposta comercial com aceite". comenta Serini.

Nos próximos dias, haverá a publicação de uma nova tabela de piso mínimo da ANTT, frente a oscilação de preços do diesel obedecendo ao gatilho de 5% para mais ou para menos nos reajustes dos coeficientes de deslocamento (CD) fique atento. Para saber mais sobre o assunto, o IPTC lançou um boletim técnico com dados mais detalhados sobre os novos preços da Petrobrás: Link

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