Auxílio da tecnologia segue sendo o alvo das empresas para minimizar os impactos no serviço. De acordo com a CNT, apenas 12,4% de toda malha rodoviária brasileira é pavimentada.
Responsável por movimentar mais de 60% das mercadorias no Brasil, o transporte rodoviário tem graves problemas de infraestrutura, pois somente 12,4% de toda a malha rodoviária é pavimentada, segundo a CNT (Confederação Nacional do Transporte). São 25,1 km de rodovias pavimentadas para cada 1.000 km² de área. É muito comum que fabricantes façam adaptações em seus caminhões para que motoristas consigam enfrentar estradas brasileiras com mais segurança.
Devido a necessidade de ser produtivo e eficiente com as dificuldades que temos, o transporte rodoviário de cargas vem se reinventando e promovendo melhorias de forma notável para que os seus processos logísticos funcionem da melhor maneira possível. um bom exemplo é a Movement by Project44, uma plataforma que combina blockchain, inteligência artificial (AI) e aprendizado de máquina, dentre outras tecnologias, que identifica em tempo real a localização de uma remessa ao longo de sua jornada.
Esse tipo de tecnologia vem auxiliando as empresas a terem mais assertividade nos seus planejamentos estratégicos, compostos por melhor rota a ser traçada, desempenho da frota e consumo de combustível, fatores que fazem diferença na chegada do produto final. Danilo Guedes, presidente da ABC Cargas, empresa localizada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, destaca que existe certa preocupação do setor por conta das adversidades encontradas pelas malhas brasileiras considerando a precariedade na infraestrutura em todo o país.
O executivo analisa a importância de o setor estar lado a lado com tendências tecnológicas para alavancar os trabalhos internos: "Sempre será bem-vinda a integração de novas tecnologias no transporte rodoviário de cargas, ainda mais se for para beneficiar e agilizar os processos de entregas. Isso não só nos ajudará como empresa, mas, principalmente, com a satisfação do cliente".
Segundo a plataforma do Project44, foi possível identificar dificuldades pelas empresas de transporte, inclusive para cumprir os prazos de entrega. Foi constatado que a entrega pontual, que era de 60,4% em julho de 2022, considerado o melhor índice nos últimos anos, diminuiu progressivamente até chegar a 51% em janeiro deste ano.
Danilo relata que a justificativa para esses atrasos são, justamente, a falta de infraestrutura e segurança nas rodovias. Segundo ele, para que o modal seja ainda mais eficiente, é necessária uma mudança de comportamento das lideranças governamentais a fim de ver o transporte evoluindo: "Recentemente, tivemos uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) enfatizando a falta de estrutura que temos pelas estradas, e isso impacta diretamente nos nossos processos”, avalia.
O presidente da ABC Cargas explica que, mesmo com o auxílio das tecnologias, que já ajudam muito na tomada de decisão e nos planejamentos da viagem, o país poderá ficar cada vez mais para trás na indústria e economia se não houver mudança nesse panorama. Ele reforça que a plataforma Movement by Project44 tem o objetivo de agir justamente nesse cenário, pois, ainda que hajam essas dificuldades, ela tem capacidade de visibilidade, de ciclo de vida completo de transporte e de automação de fluxo de trabalho destinados para todos os modais em tempo real e em todas as áreas geográficas.
Essa prática interna acontece nos corredores do modal, o mais explorado dentre outros que praticam a mesma atividade. Na ABC Cargas, Danilo comenta sobre a integração desses componentes no serviço e o que eles fazem para se manter dentro dos parâmetros do mercado: "Como exercemos atividades por todo o Mercosul, principalmente o transporte pelo Chile e pela Argentina, precisamos sempre estar atentos às melhorias para que o serviço seja realizado de maneira ágil e fácil.
O executivo explica que a estrutura da empresa no Brasil não é como nos outros países e vice-versa, mas que com a ajuda da tecnologia, é possível minimizar os impactos agregados ao setor: "Se tivéssemos estradas melhores, toda a logística do transporte seria muito melhor, o consumo de combustível seria menor, além do tempo de transporte e valor do frete, que também seria menor. Mas como essa realidade está distante, seguimos tentando nos adaptar", ressalta.
De acordo com o que foi anunciado pelo Governo Federal, através do Ministério dos Transportes, serão investidos R$ 163 bilhões, na recuperação de estradas e construção de viadutos. Segundo o anúncio, até o fim do ano, as rodovias e ferrovias brasileiras receberão cerca de R$ 23 bilhões em obras de infraestrutura e a segurança viária em projetos de infraestrutura de transportes será um dos critérios para definição dos investimentos públicos.
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