Fluido automotivo é essencial para a redução de poluentes e passou a ser obrigatório nos caminhões e ônibus a partir do Euro 5, legislação que entrou em vigor em 2012 no Brasil.
Nos últimos anos, a preocupação com a poluição causada pelos veículos ao meio ambiente tem sido cada vez mais frequente. Para combater esse problema, um produto quase desconhecido atua como um importante aliado: o Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32), um tipo de fluido automotivo que atua nos sistemas de exaustão como agente redutor de até 98% das emissões de óxidos de nitrogênio (NOx), transformando-os em vapor d'água e nitrogênio.
Quando o Brasil adotou a legislação do Euro 5, aplicando o Proconve P7 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos. Automotores) em janeiro de 2012, tornou obrigatória a utilização do Arla 32 em veículos automotores que utilizem diesel com o objetivo de diminuir a poluição. O reagente, que tem uma concentração de 32 gramas de ureia a cada 100 gramas de água, é injetado no sistema de escapamento dos veículos e ali acontece uma reação química, que transforma o óxido de nitrogênio em nitrogênio e água.
Para atender à legislação, os novos limites de emissões da P7 Euro 5 exigiram, além de modificações nos motores existentes e novas tecnologias para caminhões e ônibus, o desenvolvimento de novos sistemas de pós-tratamento dos gases de escapamento e diesel, com reduzido teor de enxofre. Uma dessas tecnologias é a recirculação do gás de escapamento, chamada de EGR (Exhaust Gas Recirculation), por meio da qual esse gás retorna à admissão, reduzindo a temperatura da combustão e eliminando óxido de nitrogênio (NOx).
Adicionalmente, é necessário um sistema de turboalimentação mais complexo e filtro de partículas no sistema de escape. A outra tecnologia é a redução catalítica seletiva, SCR (Selective Catalityc Reduction). Um reagente líquido, no caso o Arla 32, é pulverizado no gás de escapamento, ocorrendo uma reação química no catalisador que praticamente neutraliza a geração de NOx.
O seu princípio de ação se baseia na reação da uréia presente na solução com os óxidos provenientes da queima do combustível. Dentre as vantagens dessa reação, estão a conversão de compostos danosos à saúde e ao meio ambiente. O NOx, por exemplo, é transformado em compostos que apresentam menos poluentes e baixa toxicidade para os humanos, a fauna ou a flora.
No mercado brasileiro até ano passado, o uso do Arla 32 era exclusivo em caminhões, porém, com as novas normas antipoluição Euro 6, agora com o Proconve P8, alguns veículos menores também passaram a utilizar o reagente, como o Jeep Compass, a picape Fiat Toro, além da nova Iveco Daily 35-160 e da nova Renault Master.
Apesar de ser um fluido eficiente e importante para redução de gases poluentes, existem relatos de tentativas falhas de substituição do Arla 32 por misturas mais simples ou mais baratas, como soluções aquosas de ureia com baixa pureza (caseira) ou água. Por isso, nunca tente repetir essa mistura de forma própria.
É importante destacar que o Arla 32 não deve ser substituído por soluções caseiras de ureia, pois é necessário que se utilize ureia com alto grau de pureza na sua fabricação, diferente dessas encontradas em comércios convencionais.
Veja como funciona o Arla 32
Infográfico explicativo do funcionamento do Arla 32 no motor dos veículos movidos a Diesel. Imagem: Cetesb.sp.gov.br
Adulteração
Um dos grandes problemas encontrados na utilização do produto é a adulteração dos seus componentes. Além de emitir mais gases poluentes, a falsificação pode provocar diversos defeitos nos veículos, como falhas, dificuldade para engrenar e problemas no arranque.
Osvane Lazarone, gerente da Usiquímica, líder na fabricação do Arla 32 no Brasil, explica que, caso o produto falsificado prejudique o catalisador, que é uma peça de alto custo e que não tem conserto, “o prejuízo pode chegar a mais de R$ 20 mil". É totalmente desaconselhável também, que um veículo P7 Euro 5 (e em diante) seja abastecido com outro diesel que não o S50.
A empresa atua de forma preventiva para combater o Arla 32 adulterado e desenvolveu dois testes, que auxiliam no processo: O primeiro é o Arla Teste, que é capaz de identificar se a água do produto tem minérios (metais) na sua composição ou não. O segundo, conhecido como Ureia Teste, é capaz de medir a quantidade de aldeído na ureia e identificar se ela é automotiva ou fertilizante (inapropriada para a produção do Arla).
"É importante realizar conversas e treinamentos com os órgãos regulatórios e responsáveis pela fiscalização do Arla adulterado, principalmente com o IBAMA e Polícia Rodoviária Federal (PRF), com o objetivo de informar sobre o andamento do mercado, para que a fiscalização aumente e seja mais rigorosa", finaliza.
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