Anfavea divulgou números mensais do setor e destacam tendência de crescimento para próximos meses
O mercado de caminhões reagiu bem no primeiro bimestre de 2023, segundo dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), mesmo que ainda esteja um pouco restrito devido a falta de componentes, e a falta de demanda, ou seja, crédito limitado, que diminuiu o número de compradores. Em números gerais, a média diária de emplacamento foi superior a janeiro de 2023 e fevereiro de 2022.
De acordo com levantamento divulgado hoje, apesar do feriado de carnaval e das fortes chuvas no litoral paulista, o mês de fevereiro teve um crescimento na média diária de vendas de autoveículos (automóveis, comerciais leves, Caminhões e Ônibus), que ajudou o primeiro bimestre a fechar com saldo positivo. A média de 7,2 mil unidades/dia ficou 11% acima das 6,5 mil/dia de janeiro/2023.
Com o resultado, o primeiro bimestre deste ano teve 272,8 mil emplacamentos, 5,4% a mais que o mesmo período em 2022. Lembrando que, no ano passado, o carnaval caiu em março, o que pesou a favor do desempenho do mercado neste início de ano.
A produção também cresceu no bimestre, de forma mais tímida, por conta do fechamento provisório de algumas fábricas em fevereiro, algumas por falta de semicondutores, outras para ajustes na linha de montagem. Os 313,8 mil autoveículos produzidos (161,2 mil deles em fevereiro) representaram ganho de 0,8% sobre o primeiro bimestre de 2022.
As exportações no bimestre tiveram um leve recuo na comparação com o início do ano passado. No total, 67,4 mil unidades deixaram os portos do país, queda de 2,6%. Em compensação, a receita gerada com essas exportações cresceu 28,5%, o que é explicado por um mix de embarque formado por modelos de maior valor agregado, como caminhões e ônibus.
O presidente da Anfavea falou sobre os números durante o anúncio mensal das estatísticas da indústria automobilística: "Apesar de estar alinhado como as nossas projeções de volumes para 2023, o desempenho do primeiro bimestre, limitado pelas condições de crédito e oferta de suprimentos, reforça a necessidade de promover o reaquecimento do mercado e as cadeias locais de produção", resumiu.
Produção e venda de caminhões mostram recuperação
A produção de caminhões avançou no mês de fevereiro, apesar da semana de carnaval e fechamento de algumas fábricas. O volume produzido se recuperou em relação a janeiro de 2023, mas em relação a fevereiro do ano passado, os números foram menores.
Em fevereiro de 2023 foram produzidos 8,1 mil caminhões, o que representou um aumento de 100,6% em relação a janeiro. Porém, comparado ao resultado de fevereiro de 2022, houve uma queda de 28,7%, resultado de menos dias úteis comparado ao ano passado.
O mês de janeiro teve forte impacto das férias coletivas, e o mês de fevereiro, apesar da semana de carnaval, mostra que a produção avançou e segue tendência de crescimento. No acumulado, no resultado também está refletida a produção represada do mês anterior e a transição do P7 para o P8 (Euro 6).
Foram emplacados 8,1 mil caminhões em fevereiro de 2023, número 22,5% menor do que no mês de janeiro. Porém, se comparado a fevereiro do ano passado, houve um pequeno aumento de 0,2%, o que de acordo com a Anfavea, representa estabilidade. O primeiro bimestre de 2023 fechou com 18,6 mil caminhões vendidos, o que representa um crescimento de 10,5% de veículos emplacados. Esse número é o maior alcançado pela indústria nesse período desde 2020.
Caminhões elétricos tiveram um crescimento de 157,1% nas vendas. Em janeiro foram emplacados 35 veículos com novas tecnologias de propulsão, enquanto que em fevereiro foram emplacadas 90 unidades. Em números total do primeiro bimestre, o ano de 2022 bateu um recorde de 1.105 elétricos e híbridos vendidos no ano. Até fevereiro de 2023, já foram vendidas 125 unidades. A projeção é de quebra de recordes para 2023.
Eletrificados
Segundo o levantamento divulgado, os 8,8 mil automóveis eletrificados vendidos no bimestre representam um aumento de 45% sobre janeiro e fevereiro do ano passado, o que projeta um crescimento superior a 40% até o fim deste ano -- um volume superior a 70 mil modelos híbridos e elétricos. Pela evolução do bimestre, o mercado de eletrificados aponta para um crescimento de 40% no ano
O presidente Márcio de Lima Leite explicou a importância desse segmento para a Anfavea: “Todos os nossos esforços estão voltados para a atração de novos investimentos na produção local de veículos eletrificados, que vão desde a transformação local das nossas matérias primas em componentes, o desenvolvimento de fornecedores ligados a essa nova tecnologia, até o uso de novas fontes de energias limpas e de infraestrutura de transmissão e distribuição", finalizou.
Dados fornecidos pela Anfavea:
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