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Scania e Compagas iniciam testes com ônibus movido a GNV no transporte metropolitano

Scania e Compagas iniciam testes com ônibus movido a GNV no transporte metropolitano

Projeto está sendo realizado no Paraná, com foco na mobilidade urbana sustentável e na contribuição direta com o meio ambiente, com redução nas emissões de poluentes

Um ônibus 100% movido a gás natural veicular (GNV) passou a integrar o transporte coletivo urbano da região metropolitana de Curitiba no início de março. A ação é parte do projeto de mobilidade urbana sustentável com utilização do gás natural, realizado pela Compagas (Companhia Paranaense de Gás), juntamente com o Governo do Estado e com a Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (AMEP), e em parceria com a Scania. 

A empresa escolhida para a operação foi a Viação São José, que vai determinar um motorista de seu quadro para operar o ônibus durante o processo. A demonstração vai acontecer na linha metropolitana e terá duração inicial de 30 dias, com o objetivo de certificar os indicadores de eficiência, em especial, a redução nas emissões de poluentes. 

O governador Carlos Massa Ratinho Júnior esteve no lançamento do projeto na última semana, no Palácio Iguaçu, sede do governo paranaense, e falou sobre a iniciativa: "Várias cidades no mundo já têm praticamente 80% da sua frota movida a gás natural. Esse é o primeiro ônibus que nós teremos no Paraná para experimentar a eficiência, o custo operacional comparado a um ônibus movido a óleo diesel, além da questão ambiental, que é uma preocupação que nós temos a cada dia. É uma inovação que o Governo traz para o Paraná", destacou. 

De acordo com os especialistas da Scania, o uso do gás natural permite uma redução significativa de poluentes na atmosfera. Em relação ao diesel, o veículo a gás emite um índice que pode chegar a até 20% a menos de CO2 (dióxido de carbono, o gás que provoca o efeito estufa). Os benefícios também estão ligados diretamente à saúde da população. 

A diferença na emissão de poluentes de fato é bem evidente. A redução de óxidos de nitrogênio (NOx) é de quase 90% e a de material particulados pode chegar a 85%. Outro ponto importante é que os efeitos da menor emissão são de curto prazo, ou seja, emitindo menos gases tóxicos, ocorre um menor índice de doenças cardiovasculares e da perda de produtividade causada por esses poluentes.

Segundo o governador, caso seja viável, a ideia é expandir a frota de veículos do transporte público do Estado com ônibus que utilizem o gás natural no futuro. "Com os testes sendo aprovados, queremos ajudar os municípios a ampliar a sua frota movida a gás natural, para que o custo operacional fique mais baixo, já que o diesel no dia a dia acaba sendo caro para o transporte público", acrescentou durante o evento.

Para o CEO da Compagas, Rafael Lamastra Jr, o projeto coloca o Estado do Paraná em um movimento de destaque em sustentabilidade e mobilidade urbana: "O gás natural é reconhecido como uma energia mais limpa e colabora diretamente para a transição energética com melhor competitividade e os veículos de transporte coletivo a gás são uma realidade nas principais cidades do mundo. Por isso precisamos aplicar essa tecnologia no Estado, realizando a substituição de ônibus por modelos capazes de contribuir com o meio ambiente, a saúde da população e com a economia", explica.

O itinerário escolhido para a demonstração do ônibus foi a linha São José / Guadalupe e percorrerá, diariamente, um trajeto de mais de 280 km entre São José dos Pinhais e Curitiba. O veículo Scania é do tipo padron e de modelo K 280, com 13,2 metros de comprimento e capacidade para 86 passageiros. Essa é a primeira vez que o ônibus a gás é testado em uma linha metropolitana.

De acordo com o secretário estadual das Cidades, Eduardo Pimentel, a iniciativa faz parte de um conjunto de ações do governo, pensadas para adotar iniciativas inovadoras com foco em tecnologia aliada à sustentabilidade. "É mais um passo para a modernidade que o Paraná dá, um veículo que representa as novas energias, que traz economia e boa autonomia", destacou o secretário, que lembrou de outros exemplos semelhantes pelo mundo, em que esse veículo já funciona muito bem, como Colômbia e Espanha. 

Celso Mendonça, gerente de Vendas de Soluções de Mobilidade da Scania Operações Comerciais Brasil, explicou que o mercado do Paraná é de grande interesse para a Scania e afirmou que a empresa investe no projeto de demonstração do veículo na região metropolitana de Curitiba, para comprovar as vantagens da solução a gás. "Temos um pacote completo alternativo ao diesel composto por excelente produto, serviços, eficiência energética, tecnologias avançadas e viáveis, e sistemas eficazes para uma moderna e rentável gestão da operação. Para o usuário do ônibus haverá ainda grande diferença na poluição auditiva, pois o veículo a gás é muito mais silencioso do que o similar a diesel", afirma 

Sobre o ônibus a gás natural veicular (GNV)

Para tornar viável os ônibus a gás Scania, não são necessárias alterações significativas nos projetos das carrocerias. As instalações dos cilindros de gás podem ser feitas entre as longarinas do chassi (abaixo do assoalho) ou sobre o teto. Caso seja necessária uma autonomia maior, é possível avaliar a colocação de mais cilindros.

O modelo K 280 4x2 tem propulsor de 280 cavalos de potência. Seu motor é Ciclo Otto (o mesmo conceito dos automóveis) e movido 100% a gás e/ou biometano, ou mistura de ambos. Não é convertido do diesel para o gás, tem garantia de fábrica, tecnologia confiável e segura, desempenho consistente e força semelhante ao similar a diesel, além de ser mais silencioso. 

De acordo com a Scania, este é o momento ideal para o 'Aqui e Agora' no país, pois se enquadra nos três pilares sustentáveis: econômico, social e ambiental. Para o ônibus em demonstração, foram instalados oito cilindros de gás na lateral dianteira com uma autonomia de 300 km. Caso um cliente deseje autonomia maior, é possível avaliar a colocação de mais cilindros.

A segurança é total em caso de acidentes ou explosão, de acordo com as informações divulgadas pela Congas e pela Scania. Os cilindros e válvulas são certificados pelo Inmetro (em conformidade com a lei). São três válvulas (vazão, pressão e temperatura) que liberam o gás em caso de anomalia em um destes três quesitos. Os cilindros são extremamente robustos (o material é de ogivas de mísseis). 

Em caso de incêndio ou batida o gás é liberado para a atmosfera e se dissolve sem perigo de explosão ao contrário de um veículo similar abastecido a diesel que é mais perigoso, pois o líquido fica no chão ou pode se espalhar ao longo da carroceria.

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