Para 37% das empresas entrevistadas, 2023 será um ano de desenvolvimento dentro da expectativa para o segmento
O Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), órgão de pesquisa que é parceiro do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP), divulgou o relatório "Sondagem Econômica do TRC", um panorama anual que aborda o desempenho do segmento em 2022 e quais as expectativas das transportadoras para o ano de 2023.
Realizado nos dias 18 de novembro de 2022 e 14 de janeiro de 2023, o estudo reuniu informações de aproximadamente 100 transportadoras de pequeno, médio e grande porte com diversos perfis de cargas. Juntas, as pesquisadas têm 9.770 veículos próprios na frota, contam com 12.735 veículos terceirizados e geram mais de 40 mil postos de trabalho. Mais precisamente, 20.492 empregos diretos e 21.930 empregos indiretos.
Ainda segundo as informações divulgadas, dos postos de trabalho ofertados por essas empresas, 42% deles são de motoristas, que representam, em números absolutos, 17.928 colaboradores, sendo 35% de contratação de motoristas próprios e 65% terceiros. Essa proporção bem próxima demonstra que as empresas têm optado não só pela terceirização da frota, mas também a da mão de obra, talvez como sendo essa uma alternativa devido às incertezas da demanda.
Para 2023, a projeção é de novas contratações pelo regime CLT por 51% das empresas respondentes; já 20% preferem terceirizar a mão de obra, mas ainda assim, contratar profissionais para o segmento. Alguns dos principais dados coletados apontaram que 81% das empresas apresentaram faturamento positivo no ano passado em relação a 2021, com um aumento médio de 16%.
Outros dados positivos e interessantes são em relação ao aumento do volume transportado, que aumentou 13,1%, e a idade média da frota própria, que teve redução de 0,5 anos, ambos comparados a 2021. Ou seja, significa que o volume transportado foi superior e utilizando caminhões mais novos. De acordo com a pesquisa, essa alta impulsionou o número de contratações no setor, principalmente para cargos operacionais.
Segundo Raquel Serini, coordenadora do IPTC, "no último ano, as empresas absorveram a maioria dos aumentos dos custos, sem fazer um repasse. Isso estreita a questão das despesas, o que pode levar a transportadora a comprometer ou a ficar com a saúde financeira prejudicada. Junto a isso, percebemos que em 2022 houve menos contratações, o que mostra que as empresas precisaram segurar alguns processos para continuarem no azul", explica.
A “Sondagem do TRC” mostrou que, em relação ao frete, menos da metade dos entrevistados acredita que se manterá estável em 2023 (47%), e 25% preferem acreditar que o valor vai diminuir ou melhorar e 27% acham que vai aumentar ou piorar. A maioria dos especialistas do setor também acreditam na estabilidade, já que os últimos meses mostraram índices semelhantes.
Para Raquel, o cenário do valor do frete será mais equilibrado: "Pensando em futuro, acredito que o setor de transporte vai se mostrar ainda mais resiliente e que deve crescer, sim, porém dentro do esperado, sem grandes saltos. Com isso, consequentemente, espera-se um valor do frete mais estável também", revela.
A pesquisa também levantou das empresas, informações sobre as perspectivas do ano de 2023. O estudo mostrou que 37% dos empresários têm a percepção de que este ano será dentro do esperado. Já uma uma parcela de 33% acredita que será pior e 27% esperam que será melhor do que a expectativa.
A coordenadora finaliza dizendo que a pesquisa Sondagem do TRC é uma ferramenta para servir como parâmetro de análise sobre como o mercado e vem se desenvolvendo a cada ano: “Com isso, conseguimos entender seu desempenho, observar tendências que o segmento espera para o próximo ano de atuação e ser como uma fonte segura de informação para que os transportadores tomem suas decisões de maneira eficaz e de acordo com o setor", conclui.
Os analistas ainda aguardam do setor uma retomada nos moldes anteriores à pandemia em termos de produtividade e aproveitamento. Mas, assim como o motorista ao dirigir um caminhão, o setor do Transporte de Cargas precisa estar sempre atento ao que está por vir, sem se esquecer de verificar e aprender com aquilo que ficou para trás.
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