Caminhão habilitado com o PlusDrive, software para direção autônoma, vai a testes nas rodovias alemãs para analisar performance e coletar dados.
Na onda dos autônomos pelo mundo, a Iveco começou a realizar testes com caminhões que não necessitam de um motorista na cabine. Esta iniciativa é fruto de uma parceria entre a montadora italiana e a Plus, empresa de tecnologia que já atua com outras montadoras. O teste vai permitir que as duas empresas verifiquem a performance do veículo na operação autônoma, coletando dados em rodovias públicas na Alemanha.
O caminhão escolhido para os testes foi o novo S-Way, que de acordo com a Iveco, vem equipado com a tecnologia PlusDrive, que oferece excelentes níveis de segurança e eficiência na condução autônoma. O pesado será exposto a diversos tipos de de terrenos e condições, para se certificar de que estão prontos para a produção.
Segundo o Diretor de Tecnologia do Grupo Iveco, Marco Liccardo, o teste será iniciado na Alemanha, mas será expandido para a Áustria, Itália e Suíça nos próximos meses: “A Alemanha é líder e criadora de tendências em tecnologias de direção autônoma, por isso, estamos entusiasmados em lançar nosso programa de testes públicos em um país que há muito tempo adota a inovação tecnológica e o impacto transformador de soluções de segurança, como caminhões altamente automatizados”, explica.
A tecnologia PlusDrive tem direção autônoma de Nível 4, ou seja, o caminhão funciona totalmente sozinho enquanto o condutor pode executar outras tarefas dentro da cabine, como gerenciamento logístico. Nesse nível de automação, o pesado circula por rotas controladas, a baixa velocidade e com alta precisão nas manobras.
A Iveco é mais uma montadora a testar caminhões que dispensam a presença de um motorista dentro da cabine. Para Marco, esta é uma fase importante nos nossos planos da montadora de trazer caminhões altamente automatizados para o mercado, mesmo processo seguido por outras montadoras que já possuem veículos autônomos em testes ou até mesmo em operação.
As estradas e condições de direção únicas de cada país irão expor o caminhão e a tecnologia autônoma a uma ampla quantidade de variantes de tráfego, além de alterações de clima e rotas. Para Shawn Kerrigan, um dos fundadores da Plus, isso ajudará a expandir gradativamente as capacidades e recursos da tecnologia de direção autônoma da Plus, coletando dados que serão utilizados em novas criações.
O diretor de tecnologia explica que a autonomia eficiente de qualquer veículo depende da inteligência que ele é alimentado, ou seja, quanto mais informações de solo, terreno, condições adquiridos nos testes, mais conhecimento e possibilidades o sistema terá: “A experiência do mundo real é uma parte inestimável do teste e validação de nossa tecnologia, enquanto preparamos nosso sistema de direção autônoma para implantação comercial na Europa”.
Kerrigan ainda aponta uma outra questão de mercado que serve como estímulo para um maior desenvolvimento desse mercado. Ele conta que, a Alemanha enfrenta uma escassez de 60.000 motoristas de caminhão, e por isso, soluções de direção altamente automatizadas seriam ferramentas para tornar o mercado mais competitivo: “Essas soluções ajudariam a melhorar a segurança rodoviária, a sustentabilidade e os problemas de recrutamento e retenção de motoristas enfrentados pelas empresas da região”, disse.
Apesar de a tecnologia estar em seus primeiros passos, as expectativas nesse mercado nos próximos anos são bem grandes. A adoção em larga escala de tecnologias de caminhões autônomos, além de investimentos públicos e privados nessas tecnologias no Brasil, será possível economizar tempo, combustível e dinheiro.
Além disso, a segurança e a precisão dos caminhões autônomos está cada vez mais avançada, e em alguns casos, pode ser até maior do que as dos motoristas humanos. Porém, isso quer dizer que os profissionais estão sendo descartados, já que são indispensáveis em diversos níveis da automação.
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