Anfavea anunciou os primeiros números do mercado em 2023 e aponta tendência de crescimento dos híbridos
O mercado automotivo divulgou, nesta terça-feira, os primeiros números relativos ao seu desempenho para o começo do ano. Mesmo com uma projeção tímida para a produção deste ano, que acabou se tornando real nesse primeiro mês, os emplacamentos tiveram forte aumento, tanto em números mensais, como anuais.
Em coletiva de imprensa destinada aos veículos do setor, a ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) apresentou os números atualizados da indústria, apontando bons resultados em números gerais de produção e venda de autoveículos (carros, caminhões e ônibus), mas em especial, na produção e emplacamento de veículos híbridos ou de propulsão alternativa.
O ano começou de forma pouco aquecida para o setor automotivo em janeiro, mas de acordo com o balanço divulgado, houve ligeiro crescimento dos números na comparação com janeiro de 2022, porém, com patamares ainda inferiores aos verificados antes da pandemia e até em relação a janeiro de 2021. O único indicador que continua positivo é o das exportações. Já para máquinas autopropulsadas, o balanço de 2022 indicou relevante crescimento de vendas e exportações.
Em números gerais, a indústria produziu em janeiro de 2023, 153 mil veículos, um aumento de 5% em relação ao ano anterior, quando foram produzidas 145 mil unidades, enquanto a crise dos semicondutores estava mais aguda e a onda de infecções pela variante ômicron estava no pico. De acordo com a Anfavea, o discreto aumento reflete as incertezas em relação à demanda, apesar da melhoria contínua do fornecimento de insumos.
Para a ANFAVEA, o crescimento tímido no número de veículos produzidos este ano pode ser explicado pelas férias coletivas dadas pelas fábricas no final do ano. Em anos anteriores, haviam sido tomadas medidas como paradas de fábricas para lidar com escassez de itens como semicondutores. No entanto, o número registrado no mês inicial foi muito menor do que o esperado, já que antes da pandemia se produzia em torno de 200 mil unidades por mês.
Já nas vendas, os números foram um pouco melhores. Em janeiro foram vendidos 143 mil veículos, um aumento de 12,9% em relação ao ano de 2022. Para o presidente da Anfavea, Márcio Leite, o aumento não é por causa da recuperação de demanda, mas sim, devido a uma base pressionada no ano anterior pela falta de insumos: "Em janeiro, o problema do setor automotivo foi mais de demanda do que de oferta”, explica Márcio.
Ou seja, se não fosse a limitação de produção, a ANFAVEA estima que teria havido uma venda adicional de 20 mil unidades em janeiro de 2022, o que significaria um patamar idêntico ao de janeiro de 2023, o que reflete um cenário de estabilidade e não necessariamente de crescimento: “O ano começa com o mercado automotivo desaquecido, em função das crescentes dificuldades de crédito e do clima de incertezas sobre o desempenho da economia em nível nacional e global", ponderou o presidente da ANFAVEA.
As exportações foram a grande surpresa do mercado, registrando os melhores números nos últimos cinco anos, com 33 mil unidades, um aumento de 19,3%. No mesmo período do ano anterior, foram exportadas 28 mil unidades. Mas apesar do crescimento, Chile e Colômbia, dois dos principais destinos, apresentaram quedas em seus mercados, o que pode limitar as importações para os próximos anos.
Produção de caminhões é menor, mas vendas superam últimos números
Produção - Janeiro 2023
A indústria produziu em janeiro de 2023, 4.000 caminhões, um número 57,2% menor do que em relação a janeiro de 2022, quando produziu 9.500 caminhões. Já em relação ao mês passado (Dez/2022), a queda foi de 72,3%, quando a indústria atingiu 14.600 caminhões produzidos.
Vendas/Emplacamentos - Janeiro 2023
O primeiro mês do ano teve 10,5 mil emplacamentos de caminhões. O número é 20,1% maior do que a quantidade de vendidos no mesmo período do ano passado, quando a indústria vendeu 8,7 mil caminhões. Já em relação ao mês passado (Dez/22), os emplacamentos tiveram uma queda de 16,2%, quando a indústria vendeu 12,5 mil unidades
Emplacamento - Novas Tecnologias de propulsão - Caminhões e ônibus
A surpresa ficou a cargo dos bons números de emplacamentos dos caminhões híbridos e pesados, que chegaram a 35 unidades vendidas em 2023. Apesar de parecer um número baixo e até menor do que Jan/22, quando o mercado vendeu 77 unidades, a tendência tem sido de crescimento progressivo. O mês de Dez/22 acabou com 101 pesados híbridos comercializados
Em um recorte anual, o ano de 2022 foi o de melhor resultado dos últimos 5 anos. Em 2018, foram comercializadas em todo o ano, 8 unidades. Em 2019, o número cresceu para 75. No ano de 2020, foram 86 caminhões de propulsão alternativa. Em 2021, a indústria chegou a 405 unidades e em 2022, o incrível número de 1.105 caminhões híbridos ou elétricos.
Confira a Coletiva a ANFAVEA na íntegra aqui
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Fonte: ANFAVEA
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