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KPMG e SAE Brasil mapeiam tendências no setor de transporte de cargas brasileiro

KPMG e SAE Brasil mapeiam tendências no setor de transporte de cargas brasileiro

Mercado apresenta transformações principalmente nos caminhões de propulsão alternativa

A indústria automotiva e o mercado dos transportes estão em constantes mudanças e transformações. Por isso, analisar uma cadeia de valor complexa como a do segmento de caminhões, com diversos diversos participantes, se torna um grande desafio. No entanto, em um país como o Brasil, em que uma parte significativa da malha de transportes é rodoviária, o conhecimento sobre o setor pode influenciar decisões de negócios e ter ideias valiosas.

Com a intenção de mapear o cenário atual do segmento de caminhões no Brasil, a KPMG, a SAE Brasil e a AutoData desenvolveram a Pesquisa Caminhões SAE Brasil 2022. O estudo contou com a participação de representantes do setor e destaca dados sobre os aspectos estratégicos, a matriz energética e o relacionamento com clientes.

Inédita, "Pesquisa SAE Caminhões" revela tendências e estratégias do setor  segundo indústria e clientes - Logweb - Notícias e informações sobre  logística para o seu dia

A pesquisa é inédita e aponta que a maioria (88%) dos envolvidos na indústria de caminhões acredita que o atual modelo de negócio de produzir e vender veículos vai mudar radicalmente nos próximos dez anos. Para os participantes do estudo, os fabricantes, fornecedores e concessionários deverão aumentar significativamente a parcela de receitas com prestação de serviços, manutenção preditiva e monitoramento e gestão de frotas, por exemplo.

O estudo, realizado em parceria com a AutoData e a SAE BRASIL, também confirma que a implementação da tecnologia 5G já aumenta as expectativas de lucratividade. O tema tem provocado uma discussão cada vez maior na busca por modelos de negócio que utilizem de maneira eficiente esta tecnologia, incluindo o cliente final e ampliando cada vez mais a conexão digital entre caminhões e fábricas.

Flávia Spadafora, sócia-líder do segmento automotivo da KPMG no Brasil resume alguns pontos da pesquisa: "Observamos um elevado grau de consciência dos executivos de que os indicadores de avaliação de desempenho vão mudar bastante nesta próxima década, uma vez que não serão mais baseados apenas em volume de vendas em unidades. Outro ponto fundamental apontado no levantamento é a adoção de uma agenda de transição para uma economia de baixo carbono, com atenção aos aspectos sociais e éticos". 

Segundo apontado pela pesquisa, a motorização a diesel continuará dominando o setor de transporte rodoviário de carga e logística brasileiros. Enquanto 67% dos participantes disseram que vão comprar caminhões novos ao longo dos próximos quatro anos, apenas 25% desse total considera adquirir veículos dotados de propulsão alternativa e limpa.

AutoData Editora - Diesel verde é combustível limpo mais favorável aos  caminhões no Brasil, aponta pesquisa SAE

 

As principais motivações apontadas para tal compra são a economia em relação ao preço do diesel e, em menor escala, o benefício de uma operação menos poluente e em consonância com as práticas ESG, de governança socioambiental das organizações. Entre os entrevistados, 74% deles estão ligados à indústria fabricante de veículos utilitários leves e caminhões e 26% atuam de alguma forma na operação logística sobre rodas.
 

Combustíveis alternativos e gestão de frotas são focos da indústria

Os investimentos para a melhoria da eficiência energética de motores a combustão e o desenvolvimento de propulsão limpa, com o uso de eletrificação, gás, hidrogênio e biocombustíveis, estão no topo das prioridades dos profissionais consultados pelo levantamento.

O resultado da pesquisa mostra que a oferta de motores mais eficientes e econômicos é essencial para conquistar clientes do setor de transporte, já que os custos com combustível são os mais altos da operação. Ao mesmo tempo, é preciso desenvolver alternativas ao diesel para atender às metas de descarbonização e às regulamentações ambientais.

Os dados trazidos pelo estudo demonstram ainda a importância dos recursos direcionados à gestão de frotas com o uso da digitalização e da conectividade avançada por meio de redes 5G, entre outras tecnologias.
 

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Descentralização dos modais de transporte é favorável para o sistema rodoviário

Segundo os entrevistados, o segmento de caminhões vê de forma positiva a expansão de outros modais de transporte de carga no País, como o ferroviário e o hidroviário. Além disso, mais de 90% dos participantes concordam que os investimentos em infraestrutura criarão um ambiente mais eficiente, barato e seguro para o transporte rodoviário.

Em relação às iniciativas de regulamentação do sistema nacional de transporte rodoviário, a pesquisa revelou que, para os entrevistados, é muito importante direcionar o foco para atender à legislação brasileira de emissões de poluentes e CO2 – caso do Proconve P8, que entrará em vigor a partir de 2023.

 

Redução de emissões esbarra na troca dos veículos

Contudo, o estudo comprova que a motorização a diesel continua dominando o setor de transporte rodoviário de carga e logística no Brasil. Entre os participantes que disseram estar propensos a comprar caminhões novos nos próximos quatro anos, 74,1% não pensam em adquirir veículos com propulsão alternativa e limpa.

Esse comportamento sugere que há poucas opções viáveis oferecidas além do diesel. Os profissionais mais dispostos a comprar caminhões com propulsão alternativa e limpa estão entre os embarcadores, gestores de frotas e operadores ou motoristas. Mesmo assim, apenas metade deles tem essa intenção.

 

Opções viáveis para a descarbonização da frota ainda são reduzidas

Alternativas ao diesel, como veículos elétricos, biometano ou hidrogênio ainda não são prioridade no segmento de caminhões. Entre os profissionais consultados, 45,7% avaliam que o diesel verde, como biodiesel ou HVO (óleo vegetal hidrogenado), é a primeira e mais favorável opção à realidade brasileira atual.

A substituição do diesel pelo HVO é hoje a solução mais rápida e viável para descarbonizar a frota nacional de caminhões. Isso ocorre porque, para adoção dessa opção, não há necessidade de investimentos altos no projeto dos motores dos caminhões ou nas refinarias de produção de combustíveis.

Alguns caminhões de propulsão alternativa que rodam por empresas do país:



 


Confira o documento na íntegra aqui.

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