Principal

O símbolo de um segmento: como a betoneira se uniu ao caminhão?

O símbolo de um segmento: como a betoneira se uniu ao caminhão?

Essencial para o desenvolvimento pós-guerra, a dupla mudou a história da indústria

Nunca é demais reforçar a importância da betoneira para a construção civil. Ela é usada para misturar diversos materiais, como pedra, areia e cimento na proporção e textura corretas, de acordo com o tipo e tamanho da obra. A combinação ideal entre caminhão potente e betoneira moderna e eficiente costuma colaborar muito para a produtividade.

De origem milenar, o concreto é um dos materiais mais utilizados no mundo. Sua importância para a construção civil é indescritível, tanto que antes mesmo que fossem inventadas soluções como a betoneira ou o próprio caminhão, eram utilizados cavalos para fazer a mistura realizando o trabalho que o equipamento faz hoje. Hoje, os caminhões-betoneira são os responsáveis por preparar e transportar grandes quantidades de concreto para obras em todos os lugares do mundo.

Quando foi inventada, a betoneira não era acoplada ao caminhão. A primeira betoneira motorizada foi criada em 1916, por Stephen Sepanian, engenheiro armeno-americano que deu ao protótipo o nome de Misturador de Trânsito Motorizado com Descarga Automática, que nada mais era que um misturador elétrico, já utilizado, acoplado a um tipo de cavalo mecânico (pouco parecido com um pequeno caminhão). Na época, a ideia era tão inovadora que não a levaram muito a sério e rejeitaram o primeiro pedido de patente. Sepanian insistiu e só obteve a patente em 1933.

Porém, foi somente na década de 40, depois da Segunda Guerra Mundial, que o primeiro caminhão-betoneira, como conhecemos hoje, foi criado. E, não é que a dupla dinâmica revolucionou a história da construção civil? Em 1948 foi criado o primeiro caminhão pós-guerra, o Magirus 3000, com motor diesel refrigerado a ar. Foi a primeira betoneira com capacidade de até 2,5m³ ainda com pouca tecnologia, mas com muitas possibilidades.

Como o caminhão-betoneira chegou ao Brasil?

Nos séculos XX e XXI, o caminhão-betoneira se tornou uma invenção com participação muito relevante na urbanização das cidades brasileiras, facilitando e agilizando a preparação do concreto, para trazer mais efetividade para as obras. A junção das duas máquinas, um misturador elétrico de cimento e um caminhão, mudaram a história não só da construção civil, mas também de toda a indústria automotiva.

A betoneira se firmou de vez acoplada ao caminhão e, desde então, a indústria segue se esforçando para aperfeiçoar ainda mais o equipamento, buscando melhores formas de homogeneizar o concreto, feito por meio da mistura de cimento com pedras, areia e água, e dando mais velocidade a este processo. Além disso, devido à demanda, montadoras e empresas de implementos se unem para lançar produtos cada vez mais inovadores.

Foi por volta da década de 1950 que o caminhão-betoneira chegou ao Brasil, mas foi durante os anos 1960 que o veículo passou por melhorias e se expandiu pelo país. Ele foi muito utilizado na construção de Brasília, já que muitos trabalhadores foram recrutados das estradas, já com o objetivo de operarem as máquinas, que ainda eram novidade por aqui.

Este também foi o período em que ocorria a chegada das primeiras montadoras no Brasil, como a Volvo, Mercedes-Benz,Volkswagen, e começava a história da indústria automotiva no país. Ao mesmo tempo em que cidades novas surgiam e se desenvolviam, estradas eram criadas, unindo mais uma vez a história da construção civil e da indústria automotiva brasileira. Mas foi na década de 1970 que o caminhão betoneira passou a fazer parte definitivamente da produção das grandes marcas.

Os primeiros caminhões-betoneiras do país foram da Fábrica Nacional de Motores (FNM), juntamente com a Mercedes-Benz e Scania, com os modelos L75 e L76, que ofereciam opções 6x4. Mas mesmo com enorme importância, a utilização dos caminhões-betoneiras eram limitados a grandes centros e a grandes obras. Por isso, são poucas as imagens e recordações desse período.

A Mercedes-Benz, ao lançar os primeiros traçados da linha AGL em 1971 começando pelos 2213 e em seguida os modelos com motor maior, os 2219 em diante, já previam o modelo L comum, com adaptações para basculante e para betoneira. Assim fizeram também as outras marcas, a Fenemê (FNM), que se tornaria a FIAT, a Scania com seus modelos traçados e até a Ford com os clássicos F-21000 e F-22000.

Como é seu funcionamento?

O nome betoneira surgiu devido à origem do nome “concreto” no português falado em Portugal, onde se chama “Betão”. Lá, o misturador de betão se tornou betoneira e em seguida, caminhão-betoneira, como conhecemos hoje.

A estrutura é o que diferencia este caminhão das demais ferramentas projetadas para preparar concreto. Sua velocidade de mistura é de 12 a 14 rotações por minuto, a cada 5 minutos. Após a mistura do concreto, a velocidade de agito fica entre 2 a 3 rpm. O caminhão-betoneira pode funcionar tanto com o motor ligado, quanto com o motor desligado.

Ele possui um balão acoplado que tem um tipo de pá (chapas helicoidais), onde acontece a mistura e despejo do concreto nas superfícies. Todos os componentes da mistura são levados até o fundo do balão e começam a girar, para misturar corretamente. Quando o caminhão-betoneira chega ao canteiro de obras, o giro do balão é invertido e acontece o despejo de concreto no ambiente. A quantidade máxima de concreto transportada depende da capacidade do balão, da estrutura e do número de eixos do caminhão.

No Brasil, a maioria dos caminhões-betoneira transporta até 8 m³ de concreto. Outros chegam a 10 m³. Um detalhe importante é que o caminhão-betoneira convencional deve ser carregado com, no mínimo, 3 m³ de concreto, considerado o volume necessário para uma boa homogeneização e mistura adequada do concreto. Após quase 100 anos de história, a betoneira está na lista das invenções essenciais para o desenvolvimento e da qualidade de vida no mundo como o conhecemos hoje em dia.

No Brasil, quase todas as marcas produzem o caminhão-betoneira e os veículos atuais já atingem maior capacidade de carga com configurações 8x4, com Peso Bruto Total (PBT) legal de 29 toneladas e desde então, os esforços da indústria tem sido para aperfeiçoar cada vez mais o equipamento.

Você já conhecia a história da betoneira? Se impressionou com a quantidade de concreto que foi preciso para tampar o buraco da pista da Marginal? Participe com a gente e não deixe de compartilhar com seus amigos.

por Jornalista Pamela Emerich

Comentarios


x

INSCREVA-SE

Preencha os dados abaixo para se inscrever nos cursos do Planeta Caminhão
Ao clicar em Registrar, você concorda com os Termos e Condições estabelecidos por este site, incluindo nosso Uso de Cookies. leia aqui.