Principal

Rodovias federais apresentam balanço sobre roubos de cargas

O número de roubos de carga nas rodovias federais diminuiu cerca de 35% em 2019. Os dados são da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e indicam que, no ano passado, foram registradas 1.390 ocorrências, enquanto, em 2018, foram 2.120.

A partir dessa queda, a expectativa do setor é que os índices continuem caindo e se consolidem em 2020.

De acordo com a PRF, o Estado que mais sofre com roubos de carga nas rodovias federais é Minas Gerais (459 ocorrências), seguido do Rio de Janeiro (160), Paraná (135), São Paulo (80) e Goiás (80).

No entanto, essas estatísticas dizem respeito apenas as rodovias federais. O Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), plataforma do Ministério da Justiça e Segurança Pública, registra 12.732 ocorrências até setembro.

O número engloba também rodovias e estradas estaduais. Apesar disso, a projeção da PRF é que, quando a plataforma receber os dados até dezembro, o índice apresente algo em torno de 17 mil ocorrências, uma queda em relação às mais de 20 mil ocorrências registradas em 2018.

Ações de combate

Para a polícia, a diminuição no número de roubos de carga se deve principalmente ao aumento da repressão e da deflagração de operações nos Estados mais críticos. “De 2017 para cá, a Polícia Rodoviária Federal aumentou as suas ações, coordenadas nacionalmente e nas próprias superintendências estaduais. A gente mapeou todos os pontos, onde mais ocorria esse tipo de crime, e fez operações específicas nesses locais”, afirma Paulo Sérgio Guedes de Oliveira, chefe do Grupo de Enfrentamento aos Crimes contra o Patrimônio da PRF.

O presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Vander Costa, afirma que, além de as forças policiais terem aumentado o combate a esse time de crime, as empresas investiram mais em tecnologia para evitar o roubo de suas cargas.

Para ele, porém, é preciso avançar ainda em um ponto crucial: aumentar a punição, especialmente, financeira do receptador de mercadorias roubadas. Uma das propostas da confederação é que os envolvidos tenham o CNPJ cassado.

O presidente da CNT também afirma que a tendência de queda no número de roubos de carga é uma realidade que deve se manter neste ano. Ele, no entanto, reconhece que a melhora nos índices ainda não trouxe um impacto efetivo no custo dos seguros cobrados para o setor. “O mercado de seguro para aumentar o prêmio é rápido, mas para reduzi-lo é mais lento, mas vai acabar acontecendo”, disse.

Por outro lado, Costa aponta que algumas seguradoras já começaram a aceitar fechar contratos para fretes em locais que antes evitavam, por considerarem muito perigosos.

“A polícia está agindo com mais efetividade, recuperando algumas cargas e prendendo os responsáveis. Mas, para combater o roubo de carga, você tem que fazer que isso não seja um negócio financeiramente atrativo”, defende.

Segundo ele, “quem compra carga roubada sabe que é roubada”. “Ele [o empresário] fala que foi enganado, mas não foi. Hoje o preço é domínio de todos, o comprador sabe quanto custa cada item. Na hora que alguém oferece algo pela metade do preço, eu, como profissional, tenho a obrigação de desconfiar”, aponta.

Comentarios


x

INSCREVA-SE

Preencha os dados abaixo para se inscrever nos cursos do Planeta Caminhão
Ao clicar em Registrar, você concorda com os Termos e Condições estabelecidos por este site, incluindo nosso Uso de Cookies. leia aqui.