A Confederação Nacional do Transporte (CNT) apresentou um estudo chamado “Impactos da Qualidade do Asfalto Sobre o Transporte Rodoviário”, que apresenta um histórico de como o custo do pavimento afeta a vida não só de quem trabalha no transporte rodoviário de cargas, como de toda a sociedade.

No estudo, a entidade apresenta todo um panorama sobre o asfalto, desde sua produção, transporte e implantação, até custos, desgaste e implicações desses valores.
Valor do asfalto
Um dos principais pontos apurados pela pesquisa é o valor do pavimento que, teoricamente, deveria acompanhar o do barril do petróleo. Entretanto, não é o que foi constatado pela pesquisa. Ela afirma que, desde setembro de 2018, o asfalto continua se valorizando, mesmo quando o preço do petróleo cai.
Dessa forma, o preço do asfalto no Brasil acumulou uma alta de 108% entre setembro de 2017 e fevereiro de 2019. No mesmo período, o petróleo subiu 33,3%. A diferença é causada por um descolamento doss preços de ambos, iniciados em outubro de 2018. Nesse curto período, o preço do asfalto subiu 27%, enquanto o petróleo caiu cerca de 22%. Esse é um aumento recorde no valor e não há uma explicação oficial.
Segundo a pesquisa, no Brasil, apenas a Petrobras fornece o asfalto e, por isso, determina seu preço de mercado.
VEJA A ÍNTEGRA DA PESQUISA DA CNT
Qualidade e fiscalização
O estudo da CNT também aponta falhas graves na fiscalização da qualidade do asfalto. Segundo a entidade, quem deveria cuidar disso é a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). No entanto, a ANP não possui um setor para esse tipo de fiscalização e, dessa forma, ela praticamente não existe.
Como forma de resolver essas questões, o estudo da CNT propõe algumas sugestões, como fiscalização mais efetiva, modernização das normas atuais e maior transparência na política de preços adotada pela Petrobras.
VEJA AQUI OS PRINCIPAIS DADOS DA PESQUISA
Resultados do custo
De acordo com o estudo da CNT, esse aumento de preço implica em obras de construção e manutenção de vias mais caras, o que leva à redução da realização desses serviços essenciais, uma vez que o orçamento do governo é restrito.
“Há um impacto muito grande no setor transportador e em toda a sociedade. O asfalto é um dos principais produtos utilizados na pavimentação das vias brasileiras. Em um cenário em que há poucos recursos para a construção e manutenção de rodovias, quando o preço sobe muito, o governo consegue fazer menos obras”, diz o presidente da CNT, Vander Costa.
A consequência é a tendência de piora do estado das rodovias brasileiras. Costa lembra que essa situação contribui para aumentar os custos do transporte. Pavimentos ruins levam à necessidade de mais manutenção em veículos e geram maior gasto com combustível. Também deixam as viagens mais longas e mais inseguras. Tudo isso impacta no valor do frete, elevando o preço dos produtos que chegam ao consumidor e comprometem a competitividade do país no mercado internacional.
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