Uma conferência realizada em Campo Grande (MS) atestou a viabilidade técnica e econômica do corredor rodoviário bioceânico. Os estudos são dos ministérios das Relações Exteriores e de Infraestrutura e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

O corredor, chamado Rota de Integração Latino Americana (RILA), terá início no Mato Grosso do Sul e ligará o Brasil ao Chile, passando pelo Paraguai e Argentina.
A RILA terá início na cidade de Porto Murtinho (MS), cruzará o território paraguaio por Carmelo Peralta, Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo. De lá, atravessará em território argentino as cidades de Misión La Paz, Tartagal, Jujuy e Salta, chegando no Chile pelo Passo de Jama, até alcançar os portos de Antofagasta, Mejillones e Iquique.
A redução de tempo de trânsito e o custo do serviço de transporte, armazenagem e inventário são alguns dos principais objetivos da criação do corredor.
Outros objetivos são estimular a formação de novas parcerias e o desenvolvimento de projetos para a integração produtiva e a agregação de valor nos países de origem e de destino, assim como nos países de trânsito.
Segundo a Federação das Industrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), o corredor terá potencial para movimentar US$ 1,5 bilhão por ano em exportações de carnes, açúcar, farelo de soja e couros, para os outros países por onde o corredor passará e também para o mercado asiático. Esse volume de recursos representa mais de um quarto do total do faturamento com as exportações do estado no ano passado, que foi de R$ 5,6 bilhões.
Obras
Primeira obra programada para o início do projeto, uma ponte sobre o rio Paraguai, ligando a cidade brasileira de Porto Murtinho e a paraguaia Carmelo Peralta, será financiada pela Itaipu Binacional Paraguay e deve ter início em breve.
Com o plano de investimento financeiro para a construção da ponte já aprovado, o governador Reinaldo Azambuja e o diretor-geral da multinacional paraguaia, José Alberto Alderete Rodriguez, se encontraram na última semana para unir esforços em prol da Rota Bioceânica. A obra tem custo estimado em US$ 75 milhões e deve ficar pronta em 2022.
Impacto por região
No Mato Grosso do Sul, o corredor bioceânico fornecerá ao agronegócio uma saída para o Pacífico, permitindo, tanto o escoamento da produção, quanto a importação direta de insumos a preços mais competitivos.

Para o Chile, o projeto incrementará o comércio com os países por onde a rota passará, consolidando o papel de importante plataforma logística do país.
Na Argentina, a RILA, que passará pelas províncias de Salta e Jujuy, fortalecerá a implantação do Plano Belgrano, uma medida do governo argentino que prevê o investimento de US$ 15 bilhões em infraestrutura.
E, por fim, no Paraguai, o corredor bioceânico melhorará a infraestrutura e integrará a região do Chaco ao resto do país.
Além de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, o leste do Paraná, o oeste de São Paulo e Minas Gerais podem ser os maiores beneficiados com a viabilização do corredor terrestre entre o Brasil e os portos chilenos. A avaliação é de Cláudio Cavol, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul (Setlog/MS).
Na avaliação do sindicato, mais do que encurtar em 8 mil quilômetros de rota marítima a exportações destes estados para a Ásia, a rota possibilitará também o incremento das negociações entre os quatro países por onde ela passa, a integração cultural e também o turismo.
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