Fabricação de caminhões foi 47,4% menor do que no mesmo período do ano passado. Vendas também tiveram recuo: 28,2%
Mesmo com a aplicação da MP 1.175/23, o mês de junho registrou quedas nas vendas, produção e exportação de caminhões, comparados ao mesmo período do ano passado. Embora a ANFAVEA tenha apresentado bons números referentes à produção e venda geral de veículos, se observarmos somente o mercado de pesados, os números não foram assim tão positivos, visto que o programa de renovação de frota ainda não teve muitos adeptos.
Segundo a Anfavea informou em coletiva de imprensa, os reflexos positivos da medida só começaram a ser percebidos na última semana de junho, mas foram suficientes para fazer dele o segundo melhor mês do ano em vendas e projetar um julho com emplacamentos muito acima da média, já que cerca de 79 mil veículos com bônus de desconto foram repassados às concessionárias, mas ainda não emplacados.
Durante sua coletiva mensal de imprensa, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), Márcio de Lima Leite, apresentou mais detalhes sobre os resultados da medida aplicada pelo governo federal. "Estimamos que dos R$ 800 milhões liberados pelo governo para veículos leves, R$ 710 milhões já haviam sido aplicados até a virada do mês, resultando em descontos para cerca de 150 mil unidades. Porém, só 54 mil deles tiveram emplacamento efetivado em junho", afirmou Leite.
Segundo o Presidente da associação, julho colherá a maioria dos emplacamentos referentes ao programa. "Foi uma excelente medida de curto prazo para aquecer o mercado, reduzir os estoques e, principalmente, proporcionar que mais consumidores, incluindo pessoas jurídicas na segunda fase, tivessem acesso aos veículos de entrada", explicou Leite. "Sem dúvida, ficou claro para todos o potencial dessa demanda reprimida por veículos zero quilômetro, algo que, esperamos, proporcione uma contínua elevação das vendas no segundo semestre, à medida em que as condições de financiamento comecem a atrair mais clientes".
Para veículos pesados, porém, os reflexos da MP ainda não foram percebidos, pois a utilização dos bônus de R$ 700 milhões para caminhões novos, e de R$ 300 milhões para ônibus novos, ainda demanda regulamentações e alguns ajustes operacionais. Assim como em maio, o mês de junho registrou quedas nas vendas e na produção de caminhões.
Outro efeito positivo da MP para veículos leves foi o escoamento de parte dos estoques que estavam se acumulando nos pátios das fábricas. Até por conta disso, a produção de 189,2 mil unidades em junho foi 17% menor que em maio. Ao longo de junho, cinco fábricas tiveram algum período de paralisação por conta de férias coletivas. Segundo o Presidente da ANFAVEA, deve-se ressaltar também os esforços das montadoras, que ofereceram descontos além dos bônus do governo.
Fechado o primeiro semestre, 2023 vem apresentando uma leve recuperação em produção e vendas, na comparação com o mesmo período de 2022, o que faz a ANFAVEA manter suas projeções apresentadas no início do ano. A produção de 1,132 milhão de autoveículos de janeiro a junho representa alta de 3,7%. Já os emplacamentos, que acumulam 998,6 mil unidades no ano, tiveram elevação de 8,8% sobre o ano passado.
Confira os números do mês de junho
Caminhões: A produção em junho foi 16,2% menor do que em maio. E apresentou uma queda de 4,1% nas vendas de junho ainda em decorrência da implementação neste ano do Proncove P8. Além disso, os efeitos da MP 1.175 ainda não se materializaram no segmento. No período de janeiro a junho a produção foi 34,3% menos do que no ano passado.
Na comparação entre junho de 2022 e junho de 2023, a produção de caminhões sofreu uma queda de 47,4%, com 7 mil veículos fabricados no último mês. Nas vendas, também foi registrada uma baixa: 28,2% em relação a junho do ano passado, onde foram vendidos um total de 7,9 mil caminhões.
Em relação às exportações de veículos, junho também apresentou uma queda no envio de veículos. Com 36,6 mil unidades enviadas ao exterior, houve uma redução de 22,6% em comparação com junho do ano passado, quando o país exportou 47,3 mil veículos.
Os veículos de combustão alternativa, que apresentaram bons números nos meses anteriores, também sofreram queda. As vendas de caminhões e ônibus elétricos e a gás tiveram uma redução de 81,1% em comparação com o mesmo período em 2022. Foram registradas apenas 20 vendas em junho.
Até o momento, foram emplacados 269 veículos movidos por novas propulsões em 2023, um número consideravelmente mais baixo do que o resultado apresentado no primeiro semestre do ano passado, quando foram vendidas 602 unidades.
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