Atualmente a categoria contabiliza 1 milhão de trabalhadores, o maior número desde ao menos 2016
A pandemia parou muitas atividades no Brasil e no mundo, mas uma que não teve pausa nenhuma, foi o transporte rodoviário de cargas. A necessidade de abastecer os mercados com os itens básicos para o consumo - e para a saúde principalmente - além do aumento das compras online, fez os caminhoneiros se manterem em atividade constante.
Para muitos caminhoneiros, não faltou carga. Empresas de transporte, logística e entregas precisaram se expandir. Isso se reflete em números. Dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apontam que de Janeiro de 2020 a Junho de 2021 o número de caminhoneiros empregados com carteira assinada cresceu cerca de 14% e hoje corresponde a 1 milhão de profissionais, maior número desde abril de 2016. Esse é o maior aumento da série histórica até agora e isso se torna ainda mais relevante se observarmos que a taxa de desemprego no país supera 14 milhões de pessoas, de acordo com o último levantamento do IBGE.
De acordo com levantamento do Banco Nacional de Empregos (BNE) as vagas abertas para motoristas aumentaram 46% no primeiro semestre de 2021. O aumento está diretamente relacionado a Covid -19: desde a chegada da pandemia o consumidor se adaptou às compras online e a galera do “puxa” que faz as entregas do delivery e e-commerce, que saíram lucrando com isso.
Mercado de Transportes: Na contramão do desemprego
Não é difícil encontrar transportadoras oferecendo vagas em todo país. Em uma busca rápida pela internet é possível encontrar centenas de empresas de transporte contratando estradeiros. Para suprir a demanda de vagas, algumas empresas criaram programas de capacitação, onde treinam caminhoneiros para assumirem cargos de motoristas. Isso estimula o mercado e aumenta a procura de profissionais pelas vagas oferecidas, ainda que necessite de capacitação.
Com o crescimento de 75% do e-commerce e 21% do varejo, empresas ligadas diretamente a esses setores, tiveram que correr para contratar profissionais para dar conta das demandas de entregas. De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego, de 2019 a 2021, houve 1,008 milhão de admissões e 888,2 mil desligamentos. O saldo positivo, portanto, é de 120 mil caminhoneiros.
Mesmo se considerarmos somente os números a partir de janeiro de 2020, houve um saldo positivo de 94,3 mil vagas, o equivalente a crescimento de 10,5% no período. Ao comparar os dados atuais com julho de 2020, houve 79,9 mil admissões a mais que desligamentos. No período de comparação, o país teve saldo positivo de 1,8 milhão de empregos. Isso representa um crescimento de 4,5% nos últimos 13 meses.
Dedicação e experiência são fundamentais
Mas não é porque há muitas vagas no setor, que qualquer pessoa pode concorrer - e até ser escolhida. Para atuar como motorista de veículos de carga - principalmente representando uma empresa - o motorista precisa ter habilitação categoria D (no mínimo), mais de dois anos habilitado nessa categoria, ter os exames técnicos - principalmente o toxicológico - em dia, entre outras especificações que podem variar de empresa para empresa. A capacitação é importante, já que atualmente, os veículos - e empresas - utilizam uma série de aplicativos de logística, além da tecnologia embarcada dos veículos.
Crescimento de vendas por e-commerce durante a pandemia aumentaram a busca por motoristas
Direto da Redação do Planeta Caminhão
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